Novo soberano do Reino Unido, o rei Charles III está revisando o selo real para bebidas como Champagne, whiskies e cervejas
Sílvia Mascella Publicado em 20/05/2024, às 08h00
Muito antes de atores aparecerem bebendo e promovendo marcas, muito antes de influenciadores fazerem postagens mostrando os ‘recebidos’ de seus patrocinadores, mais precisamente 6 séculos atrás (sim, você leu certo, no século 15), a família real britânica começou a apontar e diferenciar produtos e serviços que serviam à casa real com excelência. Já no século 18 as empresas passaram a poder mostrar o selo real em suas lojas, marcas e produtos, aumentando assim suas vendas e visibilidade.
Até o começo deste ano aproximadamente 40 marcas de bebidas possuiam a permissão para dizer que serviam à casa real britânica. Mas com a morte da Rainha Elizabeth II, em setembro de 2022, o Rei Charles III está revisando todas as permissões de utilização do selo real. Por enquanto apenas duas marcas de Champagne foram confirmadas, na semana passada, para manter o selo, a francesa Laurent-Perrier e a inglesa Camel Valley, de Cornwall, primeira vinícola inglesa a receber a distinção e uma das marcas preferidas da Rainha Camila.
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A Rainha Elizabeth concedeu, durante seu longo reinado, o selo real para 8 casas de Champagne (Bollinger, Mumm, Krug, Munn, Lanson, Roederer, Moët & Chandon, Veuve Clicquot e Pol Roger), e algumas delas já possuíam o selo desde a época da Rainha Victoria. No entanto, o Rei Charles tem, segundo a imprensa especializada em família real, um apreço maior por empresas menores, regionais ou que ainda sejam administradas pela família fundadora. É o caso da Laurent-Perrier.
A mesma coisa aconteceu com uma das bebidas mais populares entre os ingleses, o gin. A Rainha Elizabeth concedeu o selo para duas gigantes do setor, a Gordon’s e a Tanqueray. Já o Rei Charles concedeu o selo para uma pequena empresa com um foco em ecologia, a Juniper Green Organic Gin quando ainda era o Príncipe de Gales (como primeiro na linha de sucessão ele também podia conceder os selos mesmo antes de ser Rei).
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Para as grandes empresas a perda do selo real pode não fazer muita diferença nas vendas, apenas uma arranhada no ego, mas para as empresas menores, familiares, de economia sustentável (como são as favoritas do Rei), a obtenção do selo pode ser um ponto de virada nos negócios. Mas pouca gente acredita, por exemplo, que o Champagne Bollinger, símbolo do agente 007, deixe de ter o selo real. É esperar a deliberação da cabeça coroada para ver.