As nações consideradas inimigas da Rússia poderão tem um aumento de imposto de importação sobre seus vinhos de 200%
Sílvia Mascella Publicado em 19/06/2024, às 08h00
Enquanto o presidente Vladimir Putin se reúne com o líder norte-coreano King Jong Un nesta quarta-feira e depois com líderes do Vietnã nos dias 19 e 20 de junho, o líder do Departamento Federal de Aduana da Rússia avisou a comunidade internacional de que um imposto ‘protetivo’ de 200% poderá ser aplicado aos vinhos importados de países pertencentes à OTAN.
Segundo Maxim Chmora, chefe do departamento, um imposto de 50% também poderá ser aplicado aos vinhos importados de outros países considerados “não-amigos” da Rússia, mesmo que sejam de fora da OTAN. “Nós entendemos que essa carga tributária vai basicamente banir os vinhos, pois só pagarão esses valores e seguirão no mercado os produtos com muita margem de lucro”, afirmou Chmora.
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Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, o país vem sofrendo sanções de várias nações que pedem o cessar-fogo, e muitas empresas americanas e européias interromperam suas atividades no país. Além disso, muitos produtos russos foram banidos ou deixados de ser importados por países membros da União Européia, entre outras medidas econômicas. Até o momento a importação de vinhos na Rússia já caiu 18%.
O povo russo já percebe o aumento dos preços dos vinhos nas lojas, desde que os impostos subiram de 12,5% para 20% no ano passado, a pedido da AVVR (Associação de Viticultores e Vinicultores da Rússia), que esperam agora que o novo aumento (para 200%) seja posto logo em prática pelo governo federal.
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De acordo com informações do site de notícias de Moscou Oreanda News, a diretora de desenvolvimento estratégico da B2C Simple Group, Elena Tsareva, afirmou que não há produção nacional para repor a ausência dos vinhos europeus no mercado russo, mesmo com a indústria local se desenvolvendo bem. A produção russa de vinhos é capaz de suprir apenas 60% do mercado local e mesmo assim nem sempre com os vinhos de qualidade que, segundo o site, são comprados majoritariamente por mulheres de classe média, que não se importam em pagar mais por vinhos melhores.