Tinta Roriz e Aragonez são um dos nomes mais conhecidos da Tempranillo que ainda pode ser conhecida por mais tantos outros nomes
A Tempranillo, a mais famosa variedade da Espanha, possui diversos sinônimos. Em Portugal, por exemplo, ela pode ser chamada de Aragonez (ou Aragonês) no Alentejo e Tinta Roriz no Douro.
Na própria Espanha, ela pode receber o nome de Cencibel (Castilla-La Mancha), Chincillana (Extremadura), Tinta del País (Rioja), Tinta de Toro (Castilla-La Mancha), Tinto Fino (Madrid), Ull de Llebre (Albacete) etc.
As primeiras menções às uvas “Tempranillas” (de maturação antecipada) são do século XIII em Ribera del Duero, mas de forma bastante vaga. O primeiro sinônimo conhecido data de 1513, como Aragonés, uma variedade descrita como sendo de Castilla, Extremadura e Andaluzia. Ainda assim, como o nome deriva do reino de Aragão, não é possível determinar se ela foi anterior.
A primeira menção confiável à Tempranillo é de 1807. Apesar de ser uma cepa tipicamente ibérica, ela se espalhou pela França, especialmente no Languedoc, mas também é encontrada na Itália e outros países do mundo, inclusive no Brasil.
E se por um lado encontrar um vinho 100% Tempranillo é tarefa simples, os vinhos varietais de Aragonez ou Tinta Roriz ainda são raros pela própria filosofia da vitivinicultura portuguesa, mas cada vez mais é possível encontrar vinhos que têm ela como a estrela principal e, por vezes, única:
Este é um 100% Aragonez, com uvas cultivadas na vinha Canto do Zé Cruz, com fermentação em lagares e posterior estágio de 12 meses em foudres de carvalho de 5 mil litros e mais 2 anos em garrafa antes lançamento.
De ótima tipicidade, Impressiona pela textura firme e tensa de seus taninos, com sua acidez refrescante ditando as regras, trazendo equilíbrio e fluidez ao vinho. Tem final persistente e cheio, com toques especiados, terrosos e de tabaco, que convidam a uma segunda taça. Ainda muito jovem, precisa de um tempo a mais em garrafa para mostrar todo seu potencial.
Este vinho é produzido exclusivamente a partir de Tinta Roriz, com estágio em barricas novas de carvalho francês.
O tempo de garrafa fez muito bem a esse vinho.
Provado por ADEGA pela primeira vez em novembro de 2020 (quando recebeu 92 pontos), continua muito estruturado e untuoso, mas mostra-se mais equilibrado, fluido e tenso, com seus taninos firmes e granulados e sua boa acidez trazendo sustentação a toda sua fruta vermelha e negra madura.
Tem final cheio longo, com toques terrosos, de violetas, de ameixas, de cassis e de alcaçuz. Está em curva ascendente e tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 10 anos.