Jovens são apontados como culpados pela queda
Redação Publicado em 16/04/2019, às 15h00 - Atualizado às 15h25
As vendas de vinhos nos Estados Unidos têm mostrado sinais de desaceleração à medida que mais baby boomers (pessoas nascidas após a II Guerra) atingem a aposentadoria, ou seja, os millennials (pessoas nascidas perto da virada do milênio) não estão ocupando o lugar nos mais velhos nesse mercado. Isso é o que revela um relatório do Banco do Vale do Silício (SVB), na Califórnia.
Os millennials, que atualmente têm uma idade média de 30 anos, representam cerca de 17% do consumo de vinho nos Estados Unidos e ainda devem se tornar o maior grupo consumidor de vinho no país até 2027. Mas, essa geração até agora não se envolveu com vinho, tanto quanto se esperava. “A infeliz realidade é que, enquanto os millennials têm uma melhor apreciação do vinho, sua apreciação não se reflete no consumo”, disse Rob McMillan, fundador da divisão de vinhos do SVB. “Os millennials não têm capacidade financeira, atualmente preferem destilados premium e cervejas artesanais, e têm sido lentos em suas carreiras. A demanda de cannabis distorce os homens mais jovens hoje, e isso também está provavelmente desempenhando um papel na apreciação tardia do vinho”, aponta o executivo.
Leia também:
+ Consumo de álcool nos Estados Unidos deve aumentar
+ Consumo de vinhos entre os jovens caiu nos Estados Unidos
No entanto, o relatório ressaltou que ainda há tempo para uma mudança. “Com a idade média de 30 anos, esta geração ainda tem tempo para se posicionar. Mas, hoje, seu silêncio no varejo, particularmente para produtos discricionários e de luxo, é ensurdecedor”, disse McMillan.
Por enquanto, a chamada Geração X, que fica entre os boomers e os millennials, e é menor em tamanho geral do que as duas, deve se tornar o maior grupo consumidor de vinho nos Estados Unidos até 2022.
As vendas de vinhos premium nos Estados Unidos ainda devem crescer entre 4 e 8% em 2019, depois de aumentarem cerca de 5,2% em 2018, apontou o SVB, mas alertou que essa busca pelos vinhos topo de gama (acima de US$ 10) está se aproximando de seu ápice. Esta categoria comanda 54% do mercado de vinhos no país em valor e cerca de 30% do volume.