Consumo moderado de vinho fortalece os ossos e previne a osteoporose
Carolina Almeida Publicado em 26/07/2019, às 12h30 - Atualizado em 07/08/2019, às 16h18
Estudos comprovam que componentes presentes no vinho ajudam a fortalecer massa óssea
A osteoporose é uma doença que atinge os ossos, caracterizada pela descalcificação e diminuição da densidade óssea – situação que os torna mais porosos, sensíveis e mais suscetíveis a fraturas. Ela é mais comum em pessoas acima dos 60 anos, especialmente mulheres, que, após a menopausa, passam a produzir menos estrógeno, hormônio que auxilia na manutenção do equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea.
As bebidas alcoólicas sempre foram vistas como grandes vilãs da saúde óssea, uma vez que, por seu efeito tóxico, inibem as células formadoras dos ossos (osteoblastos) e potencializam a ação daquelas que destroem o tecido (osteoclastos). Nesse caso, a densidade óssea cai progressivamente. Mas o efeito só é visto quando o consumo de álcool é superior a 30 gramas, o equivalente a mais ou menos três taças de vinho por dia. Quando a ingestão é moderada, ou seja, de 11 a 28 gramas, há um ganho de massa óssea expressivo.
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Na década de 1990, um estudo realizado na França com cerca de 8 mil mulheres de mais de 75 anos chegou à conclusão de que aquelas cujo consumo de vinho (especialmente o tinto) varia entre 1 e 3 taças por dia, sempre junto com as refeições, ganham massa óssea e ficam mais protegidas do desenvolvimento da osteoporose. Anos mais tarde, outro estudo comprovou a ligação, mas, dessa vez, em homens entre 50 e 80 anos.
De acordo com as duas pesquisas, os benefícios não se devem ao álcool em si, mas, sim, a outras substâncias presentes no vinho que, aliadas ao consumo moderado de álcool, beneficiam toda a estrutura óssea.
O efeito protetor do vinho se deve, basicamente, a três fatores: álcool, quercetina e resveratrol. Enquanto o álcool atua inibindo a ação dos osteoclastos, o resveratrol tem função estrutural e funcional semelhante à do estrógeno – evita a perda do tecido ósseo e auxilia sua regeneração. Essa semelhança lhe dá o título de substância fitoestrógena. Por fim, temos a quercetina, um flavonóide natural, encontrado em grandes quantidades apenas no vinho tinto e em maçãs, brócolis e cebolas, cujo papel é semelhante ao do resveratrol. Especificamente, ela age nos receptores ósseos estimulando os osteoblastos e inibindo os osteoclastos. Além disso, possui propriedades anti-inflamatórias, anticarcinogênicas, antivirais e antialérgicas.
Assim como diz o ditado, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. O vinho, se apreciado moderadamente, pode atuar como um remédio, auxiliando, além dos ossos, o funcionamento do sistema cardiovascular, do cérebro e prevenindo ou amenizando doenças como o mal de Alzheimer, Parkinson e diabetes; entre outras. Mas, se consumido em exagero, pode trazer mais danos do que benefícios ao organismo. Então, consuma com moderação.