Duas taças de vinho por dia estão associadas a uma redução de risco de até 32% de doenças cardiovasculares
Redação Publicado em 19/01/2022, às 09h10 - Atualizado às 12h18
O vinho se mostro o alimento que traz mais benefícios à saude do coração
Uma revisão científica aprofundada de pesquisas recentes por uma equipe da Universidade de Nápoles Federico II da Itália analisou como o consumo – de baixo a moderado – de vinho, queijo e café afeta as doenças cardiovasculares, e as descobertas continuam a apoiar o consumo moderado.
A pesquisa foi liderada por Gabriele Riccardi, professor de endocrinologia e doenças metabólicas, e publicada pela Sociedade Europeia de Cardiologia. Ela analisou vários estudos sobre a associação entre grupos de alimentos e incidências de doenças cardiovasculares. Riccardi utilizou o banco de dados PubMed, junto com estudos de coorte, como o ensaio em larga escala “Prevención con Dieta Mediterránea”, para coletar dados.
Embora a revisão nutricional cobrisse os benefícios e riscos do consumo de diferentes quantidades de carnes, ovos, peixes, nozes, legumes, cereais, chocolate etc., os resultados com vinho, queijo e café mostraram mais notáveis.
Para o queijo, Riccardi observou que uma meta-análise de estudos de 2020 encontrou uma redução de 18% na incidência de infarto do miocárdio (ataque cardíaco) em indivíduos que consumiam queijo habitualmente, enquanto uma meta-análise de 2017 relatou uma redução de 17% na incidência de doença cardiovascular para grupos de alto vs. baixo consumo de produtos lácteos fermentados (queijo, iogurte, etc.). Duas meta-análises, que analisaram especificamente a quantidade de queijo consumido, relataram uma redução média de 12% das doenças coronárias para aqueles que consumiam 50 gramas de queijo por dia.
Ele também descobriu que o consumo de três xícaras de café por dia está associado a uma redução de 10 a 16% no risco de incidência de doenças cardíacas e mortalidade. Mas a análise dose-resposta indica que a associação protetora desaparece para um consumo superior a cinco xícaras por dia.
Por fim, a revisão mostrou que duas taças de vinho por dia estão associadas a uma redução de risco máximo de 32% de doenças cardiovasculares, em comparação com pessoas que não bebem álcool, mas qualquer coisa maior do que isso aumenta o risco. Ele ficou surpreso ao ver que a relação entre o consumo moderado de álcool e as doenças cardiovasculares era consistente entre os estudos realizados em vários países com pessoas de diferentes etnias e com uma variedade de hábitos alimentares.
Riccardi incentiva o consumo moderado de vinhos tintos encorpados porque eles são mais ricos em polifenóis e têm efeitos anti-inflamatórios significativos que podem contribuir para reduzir o risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Ele acrescenta que os polifenóis do vinho podem poucos para ter um efeito benéfico, portanto, consumir outros alimentos ricos em polifenóis, como chocolate, café, chá ou tomate, com moderação, podem ter um impacto maior na saúde.
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