De acordo com jornais franceses, mais de 20.000 hectares já foram destruídos nos incêndios florestais próximos a Bordeaux
André De Fraia Publicado em 21/07/2022, às 06h40
Em entrevista ao portal britânico Decanter, Loïc Pasquet, enólogo do famoso Liber Pater, um dos vinhos mais buscados e, consequentemente, mais caros do mundo, afirmou que a vinícola precisou ser evacuada de forma preventiva por conta dos incêndios florestais que assolam a região.
Segundo jornais franceses, mais de 20.000 hectares já foram destruídos nos incêndios florestais desde o dia 12 de julho e mais de 36.750 pessoas foram evacuadas.
De acordo com comunicado do Conselho Interprofissional do vinho de Bordeaux até o momento os vinhedos não foram afetados nem pelo fogo, nem pela fumaça que está sendo empurrada pelo vento para a direção contrária das uvas.
Na península itálica pré dominação romana, havia o culto a Liber Pater (“pai livre”), considerado o deus da viticultura, fertilidade e liberdade. Além de liberdade, o termo Liber também remete à libação, ao ritual de oferecer uma bebida e beber por prazer. O deus posteriormente ficaria mais conhecido pelo nome de Baco.
E foi a alegoria desse deus que o controverso produtor Loïc Pasquet usou para dar vazão às suas ideias. Seu principal mote era, e ainda é, “os vinhos pré-filoxera eram melhores do que os pós-filoxera”. Afirmar isso é uma coisa, mas como provar? Em 2005, ele adquiriu sete hectares de vinhedos na região de Graves e plantou 14 castas quase extintas na região como Petite Vidure, Tarnay, Castets, St-Macaire, Mancin, Lauzet, Camaralet, Prunelard e Marselan para criar o seu “Liber Pater”.
No ano seguinte, já estava produzindo algumas garrafas. Hoje, cada uma delas vale mais de 4.000 euros e são vendidas exclusivamente para uma lista de compradores cadastrados no site da empresa. O recorde ficou com a safra 2015 que foi lançada por 30 mil euros a garrafa.