Durante anos, dizia-se que a taça ideal para beber Champagne era a que tinha sido moldada das formas da rainha francesa Maria Antonieta
por Arnaldo Grizzo
As histórias reais e fictícias sobre Maria Antonieta são inúmeras. Alguns mitos, contudo, nunca foram totalmente desmentidos. Outros tantos são cultivados até hoje, tamanha a fama desta jovem rainha francesa (nascida na Áustria) – esposa do último dos Luíses, o XVI – que morreu na guilhotina durante a Revolução Francesa.
Ao pensar em Maria Antonieta, todos recordam a frase: "Se não têm pão, que comam brioches", que ela teria dito em resposta aos que lhe diziam que o povo francês estava faminto e não tinha pão para comer. Sempre mimada e, como toda a corte francesa da época, com uma queda pelos excessos, a rainha dizia-se também bastante narcisista.
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Símbolo maior da opulência, tudo ao seu redor tinha a figura da monarca ou era feito para orná-la. Fascinada pelo vinho da região de Champagne, Maria Antonieta teria solicitado que as taças em que o líquido era servido no palácio real tivessem a forma de seu seio, para que a corte pudesse brindar e beber em sua honra.
Aliás, essa não seria a primeira vez que as delicadas formas da rainha serviriam de molde para aparelhos domésticos, e copos com o suposto molde de seu seio ainda hoje podem ser vistos nas coleções dos museus franceses. Então, segundo essa lenda, foi assim que aquelas taças de haste baixa e boca larga acabaram se tornando sinônimo na hora de beber Champagne ou qualquer outro tipo de espumante.
Até hoje, vê-se muita gente usando-as para esse fim. Você certamente já viu – se não ao vivo, pelo menos na televisão – aquela famosa cena em que o garçom monta uma pilha de taças e começa a servir a do topo até que ela derrame o líquido para as outras que estão abaixo.
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No entanto, esse tipo de taça não é o ideal para beber espumantes. Sua boca é larga, o que dificulta a formação de espuma e, assim, faz com que os aromas se dispersem no ar. Além disso, sua pequena altura não permite o correto desprendimento das borbulhas. Sendo assim, evite-as, pois uma das coisas mais legais ao se degustar espumantes é ver as bolhas se formando no fundo da taça e subindo até o topo.
Foi assim que surgiu a taça flûte, ou flauta. Com bojo alongado e boca pequena, ela permite que as borbulhas "dancem" até o topo e também conserva melhor o gás que escapa da bebida, devido à menor superfície de evaporação, concentrando a percepção dos aromas.
O mito em torno do formato da taça de espumante não cessa em Maria Antonieta. Para muitos, o verdadeiro molde teria sido da esposa de Napoleão, Josefina. Outros dizem ainda que foi da Marquesa de Pompadour, amante de Luís XV. Ou então de Diane de Poitiers, amante do rei inglês Henrique II. Há quem vá ainda mais longe e diga que o molde para a taça foi o seio de Helena de Tróia!
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