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Família Guigal comemora o Dia dos Pais com vinhos que atravessam gerações na França

por Redação

Philippe Guigal e Marcel têm muitos e bons motivos para comemorar o Dia dos Pais na vinícola francesa fundada no Ródano pelo avô, Etienne Guigal

Videira é raiz, e terroir é não apenas o ambiente, mas as mãos que fazem o vinho, que atravessam gerações e envolvem as famílias, em legados de pai para filho que marcam a história dos grandes produtores. No Dia dos Pais, vale a lembrança de exemplos significativos de pais e filhos que trabalham juntos a favor do vinho.

O enólogo francês Philippe Guigal, por exemplo, pode traçar sua árvore genealógica até o século 16, quando seus ancestrais cultivavam terras que ficavam a apenas 20 quilômetros de distância da atual casa e adega da família, no vilarejo de Ampuis.

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Há setenta anos, em 1946, o avô de Philippe, Etienne Guigal, fundou a vinícola do norte do Ródano com o nome do clã. Em 1961, Etienne, sofrendo de uma doença que o deixava cego, entregou o negócio ao filho, Marcel, que é o pai de Philippe. Philippe se lembra de seu pai e avô trabalhando juntos com dedicação.

Os vinhedos nas encostas pedregosas tiveram a presença diária de seus proprietários através das gerações, com trabalho e conhecimento desenvolvido e passado de pai para filho

"Meu avô já estava quase cego, mas lembro dele degustando com meu pai e passando muito tempo nos vinhedos todos os dias", diz Philippe. "Não lembro de ter visto meu pai fora do trabalho antes dos 8 anos. Na época, nossa casa era o escritório".

Apesar do ritmo extenuante do trabalho, ele se juntou ao pai no negócio, como diretor e enólogo, ao atingir a maioridade.

"Se eu pensar bem, é uma mistura de um trabalho físico, passar um tempo nos vinhedos íngremes da Côte-Rôtie, ou prensar os vinhos brancos até as três da manhã durante as colheitas", afirma. "O meu momento preferido é a prova cotidiana com meu pai. Provamos entre 100 e 200 vinhos todos os dias. Trabalho muito árduo, mas adoramos".

O outro lado do negócio, acrescentou Guigal, envolve viagens para jantares de vinicultores e outros eventos comerciais. Isso o afasta da terra, mas ele gosta da emoção de conhecer novos lugares e conhecer pessoas que entendem e apreciam o vinho. As variadas tarefas envolvidas na administração de uma vinícola jogam com os pontos fortes de cada geração.

A família Gugal foi pioneira na produção de vinhos no conceito 'single vineyard', respeitando e trabalhando no terroir da região em tintos que exaltam a força e a elegância da uva Syrah

"Meu sentimento é que é importante ser visionário", diz, ressaltando o trabalho das gerações. "Meu avô assentou o negócio em raízes muito sólidas baseadas na qualidade, quando as historiás de sucesso eram orientadas para o volume. E meu pai teve a força e a energia para fazer crescer o negócio. É um trabalhador incansável e não gosta muito de holofotes", afirma Philippe.

Ele diz que é mais parecido com a mãe, extrovertida, e se tornou a cara da vinícola. "Para mim, o único desafio está ligado às diferenças de gerações. Meu pai ainda reluta em usar um celular e dificilmente posso trabalhar sem ele. Compartilhamos o mesmo sangue, as mesmas preocupações, o mesmo entusiasmoe o mesmo amor".

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