Os caminhos da DO brasileira

O que muda nos vinhos do Vale dos Vinhedos com o reconhecimento da Denominação de Origem?

por Arnaldo Grizzo E Carolina Almeida

Regras da Denominação de Origem visam aprimorar a qualidade do vinho da região

11 de setembro de 2012 certamente se tornará uma data histórica para o vinho nacional. Nesse dia, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deferiu o pedido de registro da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, garantindo, assim, a primeira DO para os vinhos brasileiros na história. Das cerca de 30 vinícolas presentes no Vale, oito (que possuem todas as suas estruturas dentro da região demarcada) já estão produzindo vinhos de acordo com as normas propostas: Almaúnica, Casa Valduga, Dom Cândido, Don Laurindo, Miolo, Peculiare, Pizzato e Terragnolo.

A verdade é que desde 2010, quando foi protocolado o pedido da DO pela Aprovale, então presidida por Aldemir Dadalt, e até mesmo antes disso, as vinícolas do Vale já estavam trabalhando de acordo com as regras da Denominação. “Quando surgiu a oportunidade de elaborar os primeiros vinhos com DO em 2009, nós já estávamos totalmente adaptados às regras que uma Denominação de Origem exige”, lembra Sandro Valduga, enólogo da Terragnolo.

A verdade é que os princípios da DO Vale dos Vinhedos são, de certo modo, bastante simples e claros (veja o box com os pontos mais importantes) e devem alterar pouca coisa da forma como o vinho é produzido dentro da região demarcada. Para Daniel Dalla Vale, enólogo da Casa Valduga, apenas dois pontos fizeram com que alguns poucos produtores precisassem tomar medidas de ajuste: a obrigatoriedade da condução de vinhas por espaldeira e o rendimento de uva por planta. “A principal mudança da DO foi o sistema de condução. Mas nós já tínhamos começado uma reconversão para espaldeira desde 2002. Hoje temos 95% dos vinhos convertidos. O que não está convertido são vinhedos antigos, que estão relacionados aos fundadores da empresa, e mantemos por uma questão histórica”, afirma Dalla Vale, que completa: “Também há a questão do rendimento, porém nós trabalhamos com menos do que o estipulado”.

Ademir Brandelli, enólogo da Dom Laurindo, é um dos que aponta que “a maior adequação que tivemos que fazer foi a reconversão dos vinhedos do sistema de condução latada para espaldeira simples”. Flávio Pizzato, enólogo da empresa que leva seu sobrenome, lembra que: “[A reconversão] É um desafio para quem não tinha muito vinhedo. Nós temos 26 hectares e temos espaldeira desde os anos 1980. Hoje até temos alguns vinhedos em latada, cerca de 3 ha, mas é para fazer vinho de garrafão”, comenta e completa: “O nosso desafio, como tudo deve ser feito dentro dos limites da DO, foi trazer para casa a planta de espumantização tradicional. Era um projeto e aceleramos isso de 2008 para 2009”.

CONHEÇA ALGUMAS REGRAS DA DO VALE DOS VINHEDOS

Produção vitícola:
- As uvas devem ser totalmente produzidas na região delimitada pela IG e conduzidas em espaldeira.
- A irrigação e o cultivo protegido não são autorizados. A colheita é feita manualmente.

Cultivares autorizadas:
- Tintas: Merlot, como cultivar emblemática, e Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat como variedades complementares.
- Brancas: Chardonnay, como cultivar principal, e Riesling Itálico como variedade complementar.
- Para espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou Pinot Noir, como variedades principais, e Riesling Itálico como variedade auxiliar.

Limites de produtividade:
- Para uvas tintas: 10 toneladas/ha ou 2,5 kg de uva por planta.
- Para uvas brancas: 10 toneladas/ha ou 3 kg de uva por planta.
- Para uvas a serem utilizadas na elaboração de espumantes: 12 toneladas/ ha ou 4 kg de uva por planta.

Produtos autorizados:
Vinhos tintos
- Varietal Merlot: Mínimo de 85% da variedade.
- Assemblage Tinto: Mínimo de 60% de Merlot, podendo ser complementado pelas demais variedades autorizadas.
- A comercialização somente pode ser realizada após um período de 12 meses de envelhecimento por qualquer meio.

Vinhos Brancos
- Varietal Chardonnay: Mínimo de 85% da variedade.
- Assemblage Branco: Mínimo de 60% de Chardonnay, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
- A comercialização somente poderá ser realizada após um período de seis meses de envelhecimento por qualquer meio.

Espumantes
- Base Espumante: Mínimo de 60% de Chardonnay e/ou Pinot Noir, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
- Elaboração somente pelo Método Tradicional
- O processo deverá durar no mínimo nove meses

Graduação alcoólica:
- Tintos: mínimo de 12%, em volume
- Brancos: mínimo de 11%, em volume
- Base espumante: máximo de 11,5%, em volume

Outras normas:
- O espumante deve ser elaborado somente pelo “Método Tradicional”, com segunda fermentação em garrafa, que deve constar no rótulo principal, nas classificações nature, extra-brut e brut.
- A chaptalização e a concentração dos mostos não são permitidas. Em anos excepcionais o Conselho Regulador poderá permitir o enriquecimento em até um grau.
- Pode haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, não sendo autorizados “chips” e lascas ou pedaços de madeira.

Processo de rastreabilidade:
Para controle da certificação são utilizadas as declarações de colheita de uva e de produtos elaborados, a partir das quais retira-se as amostras para análises físicoquímicas, organolépticas e testemunhais. Estas amostras são lacradas e codificadas. Essa sistemática permite a rastreabilidade dos produtos.

Padrões de identidade:
Os produtos somente recebem o certificado após comprovada a origem da matériaprima. Também precisam ser aprovados nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial (degustação às cegas), realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia.

Rotulagem:
- Os produtos engarrafados da DO são identificados no rótulo principal e no contrarrótulo.
- Os vinhos tranquilos podem identificar a safra e a variedades.
- Os espumantes devem utilizar a expressão “Método Tradicional”.
- Para o contrarrótulo, além das informações estabelecidas pela legislação brasileira, os espumantes podem identificar as variedades utilizadas, o tempo de contato com as borras e o ano de “dégorgement”.
- É obrigatório o uso da numeração de controle sequencial.

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Teremos mais vinhos do Vale?
Como dito anteriormente, apenas oito vinícolas estão totalmente dentro das regras e já estão produzindo vinhos com o selo da Denominação de Origem. Para Pizzato, a obtenção da DO deve trazer uma maior atenção para o Vale e talvez alguns dos produtores que têm apenas vinhedos na região possam se interessar em produzir algo efetivamente dentro dele. “Há uma boa chance [de produtores passarem a trazer estruturas de vinificação para o Vale]. Mas mesmo com a IP, apenas 15 faziam vinhos segundo as regras. Surgiram várias vinícolas devido ao atrativo do Vale, mas nem todo mundo abraçou a IP [a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos é de 2002]. Com a, DO pode ser um novo estímulo a outros produtores que não tinham se animado tanto com a IP.

A DO é vista de maneira diferente, então talvez mais produtores façam a transição para o vinho. Acredito nisso”, atesta o enólogo.

Ele, contudo, não acredita que produtores de fora cheguem ao Vale hoje atraídos pela Denominação de Origem e também não crê que a área vinícola dentro da região demarcada possa crescer, pois, “nos últimos 10 anos houve muita especulação sobre as terras, com o preço passando de R$ 10 mil o hectare para R$ 50 mil”. “É quase inviável adquirir terras dentro dos 75 quilômetros quadrados da região demarcada para comprar uva. A não ser que você faça vinho de mais de R$ 500 a garrafa”, diz Pizzato. “É uma região que já está praticamente toda tomada por vinhedos e com pouca possibilidade de expansão geográfica”, resume Adriano Miolo.

No entanto, uma boa leva de produtos com a marca da DO deve surgir no mercado em um futuro próximo. Recentemente, a Aprovale divulgou nota que 22 vinhos haviam sido avaliados de acordo com as normas no intuito de receberem a aprovação para o selo da Denominação de Origem. Caso todas as amostras sejam autorizadas, o Vale terá 48 rótulos com essa distinção.

Pizzato acredita que muitos aproveitarão o momento para lançar vinhos ícone, opinião que é defendida também por Daniel Dalla Vale: “O Vale é uma região pequena e tem que fazer vinhos com bom valor agregado. Em um primeiro momento, as vinícolas vão criar vinhos top, mas, com o tempo, com os ajustes, todos vão ter vinhos com preços médios”, aponta o enólogo da Casa Valduga, que há anos já vinifica os lotes de uvas vindas do Vale em separado e, até agora, lançou um Chardonnay Premium, chamado Leopoldina, mas que pretende ter ainda um espumante e um Merlot de alto nível nesse primeiro momento.

A Miolo é outra vinícola que fez questão de certificar o que faz de melhor. “A empresa decidiu inicialmente certificar todos vinhos super Premium desse projeto (Vale dos Vinhedos), como o Miolo Lote 43, o Merlot Terroir, Cuvée Giuseppe branco e tinto e o espumante Millésime. No futuro, pretendemos certificar também a linha de espumantes Cuvée Tradition. Neste caso, todos os produtos da Miolo no Vale dos Vinhedos, seriam certificados pela DO”, afirma o enólogo Adriano Miolo.

Mais qualidade, mais burocracia e vinhos mais caros?
Não há quem, dentro do Vale, não afirme que a DO assegurará um nível de qualidade para os vinhos da região. “Todos os critérios são muito favoráveis ao alto nível de qualidade e constância de safra após safra, fazendo com que os vinhos não oscilem. Com o passar dos anos, a Denominação vai virar uma grande marca”, acredita Magda Brandelli Zandoná, diretora da Almaúnica, empresa que nasceu em 2008, já praticamente de acordo com as normas técnicas da DO.

O enólogo Daniel De Paris, da Dom Cândido lembra que: “O terroir dos vinhos do Vale já é reconhecido graças aos parâmetros de qualidade aplicados pelas vinícolas a partir da certificação da Indicação de Procedência. A DO, por sua vez, representa a evolução desse padrão, levando a público o potencial e a maturidade produtiva das vinícolas do Vale” (veja box).

“Ter uma DO indica seriedade no sentido de ter auto-regulação. Mostra maturidade. Aqui, o produto leva DO depois de passar por uma série de análises e degustação. Muitos produtores tiveram vinhos não aprovados pela IP. Isso não significa que não passou pela análise sensorial e organoléptica, mas talvez por que não representavam os vinhos do Vale dos Vinhedos, não caracterizavam o lugar. Com a DO, já aconteceram reprovações”, afirma Flávio Pizzato.

O processo de obtenção da primeira Denominação de Origem brasileira seguiu os passos morosos da burocracia como esse tipo de solicitação geralmente costuma ter, porém, a maioria dos produtores acreditava que a obtenção da DO viria muito antes. “Houve um atraso pela confusão que poderia dar de a Denominação levar o mesmo nome da Indicação de Procedência”, aponta Flávio Pizzato. “A demora para sair deixou muita gente desanimada, especialmente os pequenos produtores”, recorda Daniel Dalla Vale. E Pizzato lamenta ainda a lentidão da burocracia para as certificações dos vinhos:

“Estamos na metade do lote do Chardonnay 2012 e ainda não houve avaliação da Embrapa. Não é nada grave, mas já temos metade do lote vendido sem a DO”.

Obviamente que o certificado da Denominação gera um valor agregado nos vinhos do Vale, mas isso necessariamente resultará em aumento de preço? “A princípio não teremos aumento de custo, pois, tanto no vinhedo quanto na vinícola, já estávamos adequados às normas da DO. Vinícolas que precisarem adaptar e converter seus vinhedos poderão ter que repassar os custos. Todo o projeto de excelência tem um custo intrínseco”, aponta Adriano Miolo, que faz coro com Pizzato: “Não há razão nenhuma para aumentar”.

divulgação Casa Valduga
“A principal mudança da DO foi o sistema de condução. Mas nós já tínhamos começado uma reconversão para espaldeira desde 2002”, afirma Daniel Dalla Valle, da Casa Valduga

A evolução das regras
É verdade que as normas da Denominação de Origem são muito mais restritas do que as da antiga IP, porém, há bastante espaço para o trabalho do enólogo com regras bastantes flexíveis no que diz respeito à vinificação, por exemplo. Porém, os enólogos acreditam que o tempo ainda trará alguns ajustes.

“Assim como em qualquer cadeia produtiva em desenvolvimento, a vitivinicultura brasileira está em constante evolução. Nessa linha, os processos podem se tornar cada vez mais exigentes na medida em que for comprovado o benefício que podem trazer aos vinhos e a real viabilidade de aplicação”, atesta Adriano Miolo. Daniel Dalla Vale segue a mesma linha de raciocínio e diz: “A DO deve ser uma coisa dinâmica, que tem que evoluir. Esse é só o primeiro ponto, a partida”.

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O enólogo da Casa Valduga já aponta possíveis caminhos de evolução dos preceitos da Denominação: “O rendimento da Merlot, acredito, deveria ser menor, por exemplo”. Pizzato também imagina algumas possibilidades: “Talvez tenha que se fazer um revisão de uvas em algum momento, pois a Cabernet Franc, por exemplo, é uma que dá bons resultados quando a parreira não está doente. Na medida que há erradicação de viroses, a Cabernet Franc pode ser mais ativa. Os próprios espumantes podem ser mais ‘esportivos’, com o Charmat, porque se adequam mais ao paladar do consumidor médio. Talvez o método tradicional não seja o melhor caminho. Mas essas coisas só vem com muito tempo, são caminhos possíveis”. No entanto, Dalla Vale frisa: “Quando se está dentro do mercado, é preciso estar dentro das tendências, mas também é necessário pensar na vocação do Vale. O mercado tem força, mas se o Vale não tiver condição de atender esse pedido, não vai acontecer”.

Ronaldo Zorzi, da Peculiare, resume: “A DO trará uma valorização em diversos aspectos da vinicultura e, como consequência, teremos mudanças em muitos segmentos, que vão desde a escolha de varietais , condução e manejo dos vinhedos. Teremos que estar num aperfeiçoamento constante da qualidade, tanto das uvas quanto dos vinhos. Essas mudanças serão percebidas diretamente na qualidade do produto final e esperamos que isso nos traga uma afirmação do terroir Vale dos Vinhedos”.

Segundo os enólogos do Vale dos Vinhedos, a Denominação de Origem chega para comprovar a maturidade da indústria nacional

divulgação Miolo
“Assim como em qualquer cadeia produtiva em desenvolvimento, a vitivinicultura brasileira está em constante evolução”, aponta Adriano Miolo

Explorar a marca
Se há consenso de que a DO é a afirmação da qualidade dos produtos da região, um dos pontos nevrálgicos agora é a promoção da marca Vale dos Vinhedos para que o consumidor compreenda esse ganho qualitativo em sua taça. Para Adriano Miolo, “o primeiro desafio é conseguirmos informar os consumidores brasileiros sobre essa conquista e o que ela representa, para que eles possam valorizála, e por consequência, darem mais valor ao vinho elaborado no Vale dos Vinhedos.”

Fabiano Olbrisch, gerente de marketing da Casa Valduga, acredita que a obtenção da DO é um dos grandes marcos da história do vinho brasileiro e que será preciso comunicar ao consumidor para que “ele entenda que isso é um diferencial”. Visão compartilhada por Ademir Brandelli, da Dom Laurindo: “O mais importante é que o consumidor reconheça a diferença da região e os produtos”.

DE IP PARA DO, O QUE MUDA?
A evolução de Indicação de Procedência para Denominação de Origem no Vale dos Vinhedos basicamente significa uma maior restrição em regras que, com a IP, eram muito mais flexíveis. “A IP permitia várias uvas e também não tinha muita regra para espumante. Fora isso, ela dizia que 85% das uvas deviam vir do Vale, ou seja, os outros 15% podiam ser de outras regiões”, lembra Flávio Pizzato. Agora, 100% das uvas devem estar na região demarcada. Fora isso, “para a DO, foram estipulados os vinhos varietais que deram os melhores resultados na IP de acordo com banco de dados da Embrapa”, aponta Pizzato. “Além disso, a DO também atua no controle da qualidade da produção, desde o plantio das uvas, passando pelo processo de elaboração, até a comercialização dos vinhos”, aponta Daniel De Paris. “O principal objetivo de nossa Denominação é passar para o consumidor uma maior segurança de qualidade do produto, dar a certeza que os vinhos DO são a expressão máxima que cada produtor conseguiu extrair de seu terroir”, completa Sandro Valduga.

divulgação Pizzato

Maturidade
A certificação da primeira Denominação de Origem brasileira certamente representa muita coisa para os que nela trabalharam, mas também serve como mais um atestado de que a indústria nacional está mesmo amadurecida. “A vinda da DO vai comprovar a maturidade da indústria nacional, que ainda é pequena, de pequeno volume quando comparada com Argentina e Chile, por exemplo, mas, quando se trata da questão de qualidade, já estamos numa posição madura. Esse é o caminho, a qualidade”, reafirma Daniel Dalla Vale, que aponta o pioneirismo do Vale dos Vinhedos como um ponto para o desenvolvimento da vitivinicultura nacional como um todo, ou seja, entre outras coisas, o reconhecimento da primeira DO abre as portas para que surjam novas denominações brasileiras. Adriano Miolo vai além e acredita que “seria impossível atender a tantas exigências e determinações se a indústria não estivesse madura para entender a importância desse tipo de ação e preparada do ponto de vista técnico”.

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VINHOS AVALIADOS

VINHOS DA DO VALE DOS VINHEDOS JÁ PUBLICADOS
Miolo Millésime 2009 - R$ 68 - 89 pontos
Pizzato Legno Chardonnay 2012 - R$ 60 - 88 pontos
Avaliações completas em OMelhorVinho.com.br

AD 89 pontos
ALMAÚNICA RESERVA MERLOT 2009

Vinícola Almaúnica, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 55). Um atraente perfume de violetas, mesclado com outras flores e frutos silvestres, exala de forma pronunciada. O vermelho-rubi, acrescido de tons púrpuras que predominam em sua cor, remetem a cerejas frescas, ameixas e folhas molhadas. A passagem por carvalho deixa o conjunto sofisticado. Na boca, tem muito frescor, os taninos são finos, o corpo é médio, com estrutura delicada. Seus 13% de álcool surgem apenas no final de boca, provocando um leve aquecimento que realça os sabores de especiarias e frutas negras. Muito bom para acompanhar um cordeiro ou outras carnes de sabor delicado. VS

AD 90 pontos
BUENO CUVÉE PRESTIGE 2009
Miolo Wine Group, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 65). Tradicional corte de Chardonnay e Pinot Noir, este espumante branco Brut apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e perlage abundante e persistente. Os aromas lembram frutas brancas maduras como maçãs e pêssegos, além de notas florais, tostadas, de frutos secos e de pão. Ótima cremosidade combinada com alta acidez. É estruturado, tem bom volume de boca e excelente equilíbrio e persistência que convidam a continuar bebendo. Frutos do mar em geral devem ir bem em sua companhia, principalmente polvo e camarão. Álcool 12,5%. EM

AD 89 pontos
CASA VALDUGA GRAN LEOPOLDINA CHARDONNAY 2011
Casa Valduga, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 65). Em 1875, data em que o primeiro Valduga aporta em terras brasileiras, a monarquia batiza com nome de Leopoldina a via mais importante do que seria hoje o Vale dos Vinhedos. Localizada nesta via, a Casa Valduga homenageou, em 1972, seu primeiro vinho rotulado com o nome da princesa. Passados 40 anos, a vinícola novamente rende homenagem à princesa. Apresentando cor amarelo palha, traz aromas de frutas cítricas com notas de baunilha por conta de seis meses em carvalho. Boa acidez, corpo médio e longa persistência. Harmoniza com queijos cremosos e frutos do mar. HSK

AD 87 pontos
DOM CÂNDIDO DOCUMENTO MERLOT 2009
Dom Cândido, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 62). Cândido Valduga é descendente de imigrantes italianos e abriu sua empresa há 26 anos, no Vale dos Vinhedos. Durante muito tempo, seus vinhos levaram sua face estampada no rótulo. Hoje, com 80 anos, ele permite criações mais modernas para rotular suas garrafas e conta com a habilidade do enólogo Daniel De Paris para produzir seus vinhos, que ainda conservam muito de sua personalidade. Este Merlot apresenta cor rubi intenso, quase sem translucidez. Os aromas predominantes são de ameixas e cerejas pretas com toques terrosos e de folhas molhadas. Na boca, é potente, encorpado, sem perder a maciez. Os sabores frutados se confirmam e são acrescidos de especiarias. VS

AD 88 pontos
DON LAURINDO RESERVA 2011 CHARDONNAY
Don Laurindo, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 40).Esse branco já traz no seu rótulo o logo de identificação de Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, o que significa que está obedecendo as normas para se enquadrar nessa categoria. Elaborado com 100% de Chardonnay da região de Vale dos Vinhedos. Foram produzdas pouco mais de 10 mil garrafas. Apresenta cor amarelo dourado, apresenta aromas de frutas cítricas tropicais com o fundo agradável de flores. Sua boa acidez traz frescor e está equilibrada com a estrutura média, com média/ longa persistência. Harmoniza com massas de molho branco, frangos e carnes suínos. HSK

AD 87 pontos
CUVÉE GIUSEPPE 2009
Vinícola Miolo, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 50). Agora com Denominação de Origem no rótulo, o Cuvée Giuseppe 2009 tem deliciosa complexidade aromática. Atenção especial para as notas balsâmicas e também das frutas vermelhas e negras maduras como ameixa e amoras. O aspecto tostado e notas de chocolate estão bem integrados ao conjunto aromático, bastante complexo e rico, resultantes dos 12 meses de envelhecimento em barricas de carvalho francês. No paladar, é cheio e estruturado com taninos maduros, acidez suculenta e 13,5% de álcool. Deliciosa persistência no paladar com presença marcante das frutas maduras, chocolate e café. JTR

AD 90 pontos
MIOLO MERLOT TERROIR 2009
Miolo Wine Group, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 80). A maior produtora de vinhos finos do Brasil vem surpreendendo a cada dia pela qualidade. Merlot de cor é rubi, com reflexos granada e média translucidez. Os aromas são de frutas vermelhas e negras, completados por um leve mentolado que lhe confere muito frescor. Ameixas, cerejas e cassis ganham evidência na boca. O corpo é médio, elegantemente estruturado, com ótima acidez e taninos bem formados, macios. Um vinho delicioso, muito bem feito, com final de boca saboroso, lembrando especiarias. Bastante gastronômico, sem dúvida é uma compra segura que harmoniza bem com carnes assadas ou acompanhadas de molhos picantes. VS

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AD 90 pontos
PIZZATO BRUT 2011
Pizzato Vinhas e Vinhos, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 48). Espumante Brut elaborado pelo método tradicional a partir de Chardonnay e Pinot Noir. Apresenta cor amarelo-palha e perlage fino, intenso e delicado. Os aromas lembram frutas brancas maduras como peras e pêssegos, porém nessa tiragem as notas tostadas, de frutos secos, de pão e de especiarias doces, como a baunilha, estão mais complexas e pronunciadas conferindo elegância e finesse. No palato, o incremento de complexidade também é sentido, aportando mais profundidade e estrutura ao conjunto. Frutado, cremoso, tem acidez equilibrada e final cheio e longo. Peixes mais gordurosos como o atum e o salmão são sugestões para acompanhá-lo. EM

AD 88 pontos
PIZZATO CHARDONNAY 2010/2011/2012
Pizzato Vinhas e Vinhos, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 38). Comparamos as três safras DO desse branco fantástico. Podemos perceber que 2010 tem cor mais escura do que 2012, apesar de podermos descrevê-las como amarelo palha. No nariz, a safra 2012 apresenta muito mais frutas cítricas, enquanto que 2011 há pouca presença de frutas. Já 2010 tem aroma interessante de frutas com fundo de mineral. Na boca, todas têm boa acidez e frescor, porém em 2012 a presença das frutas é muito mais evidente e em 2011 o mineral é mais pronunciado. A safra 2010 é muito interessante pela presença conjunta de frutas e mineral, ganhando em complexidade. O maior equilíbrio ficou com a safra 2010 que mostrou a boa evolução desse branco. HSK

AD 89 pontos
PIZZATO MERLOT RESERVA 2009
Pizzato Vinhas e Vinhos, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 45). Se hoje a uva Merlot conquistou espaço e reconhecimento nos solos brasileiros, muito se deve à Pizzato, que desde suas primeiras mudas acreditou no potencial da casta e obteve ótimos resultados. De cor rubi intensa e profunda, este exemplar apresenta aromas de frutas vermelhas e negras, bem integrados a toques tostados de madeira. Na boca, tem boa acidez, corpo macio e sabores de especiarias e chocolate amargo. Muito bom agora, porém sua boa estrutura e qualidade da fruta lhe garantem mais uns bons anos de envelhecimento em garrafa. Sóbrio e consistente, harmoniza bem com o menarosto (carnes de caça assadas no espeto, típico da Serra Gaúcha). VS

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