A nova rodada de tarifas anunciada por Trump atinge o setor vinícola europeu e eleva o risco de prejuízos bilionários
por Redação
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas universais de 20% sobre importações provenientes da Europa, anunciada em 2 de abril, provocou fortes reações no setor agroalimentar e, especialmente, na indústria vinícola italiana. A medida preocupa exportadores europeus e pode desencadear sérias consequências no mercado global de bebidas alcoólicas.
Federico Gordini, presidente do MWW Group e da Milano Wine Week, criticou duramente a decisão. “As tarifas de 20% anunciadas por Trump são um gravíssimo erro político do presidente americano, que desencadeia uma guerra comercial com repercussões nas principais economias mundiais”, disse à imprensa italiana.
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Além do impacto direto nas exportações de vinho europeu para os Estados Unidos, o aumento das tarifas deverá elevar os preços aos consumidores americanos e ainda pressionar os mercados secundários. Pequenas e médias vinícolas, que constituem a base da indústria vitivinícola europeia, são as mais ameaçadas, pois têm menos margem para absorver o aumento de custos e menor poder de negociação no mercado internacional.
Diante da nova política tarifária, cresce a pressão sobre a União Europeia para articular uma resposta firme. Gordini defende uma reação coesa: “É necessária uma resposta comum e muito firme por parte da União Europeia para proteger todos os setores afetados por essa medida”, afirmou. Segundo ele, o bloco precisa buscar soluções diplomáticas que reduzam os danos e, paralelamente, abrir frentes comerciais mais vantajosas com outros mercados.
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Ao mesmo tempo, analistas europeus apontam que qualquer resposta deverá ser estrategicamente estudada, evitando piorar a situação e comprometer ainda mais o mercado do vinho.
Para o setor do vinho, o momento atual é de mobilização e resistência diplomática, em meio a um cenário global cada vez mais instável. A China também tem ampliado a pressão tarifária sobre bebidas alcoólicas europeias, com temor que o uso de barreiras comerciais seja ampliado no mundo.
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