Vinhedos na região francesa da Borgonha
A Borgonha conta com uma história milenar e um modelo único no mundo do vinho.
Localização
No leste da França, entre as cidades de Dijon e Lyon, ficam os vinhedos da Borgonha. Os mais famosos estão mais ao norte, na chamada Côte d’Or (Costa de Ouro), entre Dijon e Beaune, dividida em Côte de Nuits e Côte de Beaune.
Área
Cerca de 28 mil hectares
Mapa da região vinícola da Borgonha
Principais tipos de vinhos
A Borgonha é conhecida como a terra das duas variedades: Pinot Noir para os tintos e Chardonnay para os brancos. Elas são as únicas (há raras exceções) autorizadas em vinhos que levam as denominações locais. A região ainda produz espumantes (Crémant) pelo método tradicional.
Denominações mais famosas
Na Côte de Nuits estão alguns dos mais famosos vinhedos ditos Crus para tintos, como os míticos Chambertin, Musigny, Vosne-Romanée, Morey-Saint-Denis, Échézeaux, Clos Vougeot, Richebourg, Nuits-Saint-Georges etc. Já a Côte de Beaune ostenta alguns dos maiores nomes de Crus brancos, como Corton-Charlemagne, Meursault e Montrachet, mas tem ainda outros como Monthélie, Pommard, Volnay, Santenay etc. Na Côte Chalonnaise, encontramos Rully, Givry, Mercurey etc. Entre as denominações célebres de Mâconnais está a branca Pouilly-Fuissé, por exemplo. Para conhecer mais sobre o significado de "Cru", clique aqui.
Classificações
A região costuma ser dividida em Côte de Nuits, Côte de Beaune, Côte Chalonnaise e Mâconnais. Aí existem 84 denominações de origem controladas (AOCs). Elas ainda são divididas em quatro níveis (cinco se considerarmos os Borgonha genéricos), a começar pelas regionais, depois os Village, em seguida Premier Cru e, por fim, Grand Cru. Apenas 33 vinhedos são ditos Grand Cru, os mais celebrados, e representam só 2% da área de vinhedos. Os Premier Cru, logo abaixo, são 640, representando cerca de 10% da área. Na Borgonha, o sistema de classificação vem desde a época medieval, com os monges cistercienses, que levavam em conta a qualidade e a consistência do vinhedo.
Para conhecer seus diferentes níveis, clique aqui.
Vinhedos da denominação Mâconnais na Borgonha
Produtores e negociantes
É comum ver nos rótulos da Borgonha as palavras négociant, négociant-éleveur, vigneron, etc. Isso porque lá, devido à enorme divisão de terras, há inúmeros negociantes que compram uvas de diversos pequenos produtores para criar o vinho (négociant-éleveur), ou mesmo compram vinho já pronto e apenas rotulam (négociant). E obviamente há os que possuem vinhedos e uvas e fazem todo o processo internamente.
Terroir
O clima é continental, mas o que determina os vinhos são os solos formados por muitos movimentos geológicos da era terciária que permitiram compor um mosaico de milhares de parcelas. Os solos de argila, calcário e marne se misturam nos famosos climats borgonheses. A Pinot Noir gosta de solos marinhos (macios e finamente porosos), bastante calcários e bem drenados. Já a Chardonnay prefere solos argilosos de calcário.
Os vinhedos na Borgonha e suas divisões únicas
Climat
Acredita-se que os monges cistercienses criaram o conceito de terroir, que é a noção que contempla o clima, o solo, as heranças e tradições locais, o savoir-faire e a história para entender os porquês de um vinhedo. Na Borgonha, esse conceito se confunde e se aprofunda com o eles chamam de climats e lieux-dits. Os climats são pedaços específicos de terra que, graças ao clima e à geologia, combinados com a ação humana e as uvas, geram vinhos singulares. Eles geralmente representam vinhedos Grand e Premier Cru. Já os lieux-dits têm conceito similar, mas tendem a representar partes ainda mais singulares dentro de algumas denominações ou climats e nem sempre aparecem nos rótulos e tampouco estão registradas como denominações oficiais francesas.
Principais variedades
Na Borgonha, 48% das uvas plantadas são Chardonnay, 34% Pinot Noir, 10% Gamay e 6% Aligoté. Os outros 2% são de variedades ainda mais raras como Sauvignon Blanc, César, Pinot Beurot, Sacy, Melon, entre outras.
Produtores consagrados
Domaines de La Romanée-Conti, Lafon, Leroy, Leflaive, Henri Jayer, Comte Liger-Belair, Faiveley, Jadot, Georges Roumier, Coche-Dury, Armand Rousseau, Drouhin, Philippe Pacalet, Ponsot, Méo-Camuzet, Dominique Laurent, Dujac e outros.
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