Para evitar que os vinhedos sejam atingidos pela geada, o equipamento faz cada vez mais parte da paisagem na França
Silvia Mascella Rosa Publicado em 11/03/2022, às 10h00
Tecnologia promete conter os estragos das geadas nos vinhedos franceses
Em 2021 algumas regiões francesas, mas em especial a região da Borgonha, tiveram perdas consideráveis em seus vinhedos por conta da geada tardia. O problema não é incomum na região e nem em outras partes do mundo, mas no ano passado, as imagens dos vinhedos reduzidos aos troncos chocaram o mundo do vinho.
Há uma centena de anos os viticultores buscam alternativas, seja com aquecedores, ventiladores de ar quente, salamandras com madeira espalhadas em pontos mais suscetíveis dos vinhedos. Algumas dessas técnicas até auxiliam, mas raramente têm o alcance suficiente para grandes áreas e como a geada não cai sempre no mesmo local, não podem ser artefatos fixos.
Neste ano, para quem puder investir, uma tecnologia promete conter os estragos das geadas nos vinhedos franceses. É o canhão móvel de ar quente, desenvolvido pelo produtor bordalês Michael Paetzold, que tem 1,8 milhão de watts de potência. "Tive a ideia no ano passado, vendo o sofrimento de meus colegas bordaleses. Esse é um sistema de circulação de ar com produção adicional de calor. O canhão funciona a óleo ou biocombustível, o ar quente pode ser direcionado caso o vento mude, tem longo alcance e não há limite de tempo de uso", explica o fabricante. Entre as vantagens, no entanto, não está o preço.
Custa 130 mil euros cada canhão e é bem pouco provável que, mesmo sendo móvel, um vinhedo necessite de apenas um deles. Mas pode bem ser a diferença entre perder a produção de um ano ou não.
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