Conheça dez dicas e saiba como preparar e organizar uma degustação de vinhos em sua casa
Organizar uma degustação de vinhos em casa pode ser muito divertido. A comodidade do lar é sempre um atrativo. Em casa, geralmente nos sentimos mais à vontade do que em um restaurante e também os rituais são menos formais. Em um ambiente familiar, você pode abrir quantos vinhos quiser, há mais espaço para trocas de ideias, as possíveis gafes não vão ser mal interpretadas, os acompanhamentos podem ir desde petiscos até um jantar elaborado pelo anfitrião, enfim, há muita liberdade.
Além de ser um momento de prazer, também pode ser um momento de aprendizado em que vamos testar novos rótulos, criar possibilidades de harmonização, conhecer mais a fundo sobre determinados produtores, regiões, variedades de uvas, estilos de vinho etc.
Aqui listamos 10 dicas para que você possa reunir seus amigos e desfrutar da companhia deles e dos vinhos da melhor maneira possível.
- Quantidade de pessoas ideal?
Uma garrafa de vinho serve boas doses de cinco a sete pessoas, com cerca de 100 ml por indivíduo. Se quiser optar por doses mais modestas, ou seja, 50 ml (algo como um gole), pode-se servir até 12 pessoas. Se a ideia for porções mais generosas, quatro pessoas por garrafa. Ou seja, você pode determinar o número de pessoas pela quantidade de garrafas que tem em mãos e o quanto pretende beber.
- Quantidade de garrafas
A quantidade de garrafas obviamente estará ligada à quantidade de pessoas e a quantidade de vinho que se pretende consumir. Se você tem convidados com hábitos de consumo diferentes, pense em servir pouco mais de meia garrafa por indivíduo. Ou seja, para 12 pessoas, experimente umas 9 garrafas, por exemplo.
- Quantidade de taças
Definiu as quantidades de convidados e de vinhos que gostaria de provar, avalie quantas taças precisará. Se quiser que todos à mesa comparem os rótulos que serão provados no encontro, você vai necessitar de uma taça para cada vinho vezes o número de pessoas. Ou seja, se forem quatro pessoas e quatro vinhos distintos, você terá que dispor de 16 taças.
- Tipos de taças
Se você tiver tipos diferentes de vinhos provados durante a degustação, talvez seja mais interessante ter taças específicas para cada um deles, em vez de uma genérica. Por exemplo, se for provar espumantes leves ou até de média complexidade, opte por uma taça estilo tulipa. Para os brancos mais frescos, use taças menores que as dos tintos. Mesmo para os tintos, as taças podem variar. Os muito potentes, por exemplo, podem precisar de taças bem grandes. Mas, caso não tenha tantas variedades de taças assim em casa, não há problema. Sirva os vinhos nas que acredita serem mais adequadas.
- Aguá
Antes mesmo de pensar em comida, a primeira coisa que você deve garantir à mesa é água. Sim, o vinho, como toda bebida alcoólica, desidrata o organismo com o tempo e é preciso manter a hidratação para evitar que sua degustação se transforme em uma bebedeira.
- Acompanhamentos
Se a ideia é o focar nos vinhos, não é preciso muito mais do que alguns antepastos simples, de preferência não muito intensos em sabor. Algo como pães, biscoitos, frutas, castanhas, manteiga, patês simples etc. já devem servir. Sabores intensos vão interferir no paladar do vinho. Se o encontro vai seguir depois da degustação, aí você pode (ou deve) colocar à mesa algo mais substancioso para ajudar a “equilibrar a glicemia” dos convidados. Uma tábua de frios, pizzas, talvez alguns salgados já podem ser suficientes para deixar todos satisfeitos. Um docinho ao final também ajuda bastante.
- Escolha os vinhos e temas
Para encontros informais entre amigos, não existem regras. Vocês podem combinar de cada um levar um vinho de sua preferência. Mas, às vezes, é mais legal e educativo quando se propõe um tema. Um dos motes mais recorrentes nessas degustações é a variedade, ou seja, seleciona-se uma uva e cada um traz um rótulo elaborado com ela. Isso ajuda a compreender como uma mesma cepa pode criar vinhos diferentes dependendo da região. Outra ideia comum é selecionar diferentes vinhos de uma mesma região ou país. Dessa forma, compreende-se melhor como um mesmo local origina vinhos tão diversos ou então tão similares. Pode-se ainda selecionar vinhos de um mesmo estilo, como os laranjas, por exemplo, para perceber suas nuances. Você pode selecionar um mesmo vinho de safras distintas, no que chamamos de degustação vertical. Nela compreendemos como as variações climáticas de um ano influenciam nos vinhos e também como eles evoluem com o passar do tempo. Pode-se optar por brincadeiras de harmonização. Basta selecionar um prato e pensar em diferentes possibilidades de vinhos para acompanhar. Enfim, divirta-se.
- Ordem de serviço
Se cada convidado trouxe um vinho diferente ou então a temática do encontro era trazer tipos de vinhos distintos, você precisa pensar na ordem de serviço para não comprometer a apreciação. Se você provar um tinto muito estruturado e depois um muito leve, o último provavelmente parecerá “insosso” no paladar e sua degustação será prejudicada. Se você não conhece os rótulos e não sabe dizer quais vinhos são os mais encorpados e os mais sutis, abra-os e experimente. A ideia não é degustar todas as garrafas? Então não tenha receio. Abra, prove e defina a sequência que acha mais interessante. Espumantes e brancos geralmente devem vir antes dos tintos, mas essa não é uma regra fixa – pois há quem prefira limpar o paladar com a acidez dos brancos depois de provar uma sequência de tintos. Vinhos doces e fortificados melhor ficarem para o final.
- Às cegas?
Uma ideia bastante divertida e didática é promover degustações às cegas. Pegue as garrafas, cubra-as com papel alumínio ou coloque-as dentro de sacos escuros e sirva-as sem que os convidados saibam qual vinho está sendo degustado ou ainda sirva em um decanter sem que ninguém veja o rótulo da bebida que lá foi depositada. Essa é uma forma interessante tanto para aprender a observar e apreciar melhor as características visuais e olfativas das bebidas, quanto para compreender as diferenças entre elas e também para descobrir gostos pessoais livres de preconceitos. As degustações às cegas podem ser uma boa maneira de criar uma divertida “concorrência” entre os convidados para saber qual foi o melhor vinho do encontro, por exemplo.
- Descubra o que está degustando
Vale a pena investir um pouco de tempo para entender os rótulos que serão servidos. Se você foi responsável por selecionar todas as garrafas, aprofunde-se um pouco na “história” delas. Estude de onde ela vem, como é feita, conheça a história do produtor etc. e esteja minimamente preparado para falar sobre isso caso seus convidados lhe perguntem a respeito. Caso cada um vá trazer uma garrafa, peça para que quem trouxe comente rapidamente sobre o vinho enquanto ele é servido, assim todos podem aprender um pouco mais.