A geada de primavera parece linda e romântica... Mas, na verdade, causa grande tensão ao mundo do vinho
André De Fraia Publicado em 09/04/2021, às 11h30
Neste exato momento, a Europa vive um fenômeno conhecido como “geada de primavera”. Parece romântico, mas não é. O gelo que cai sobre o parreiral queima as videiras e os bagos (caso estes já existam), congela os brotos que estão nascendo e atrasa a maturação da uva.
Tudo isso, claro, compromete toda a produção do vinho, lá na frente.
A imagem das centenas de “velas” no meio dos seus vinhedos, na tentativa de manter seu parreiral aquecido, é um espetáculo.
Mas, na verdade, retrata um momento de muita tensão. Afinal, um vinhedo congelado pode levar a vinícola a perder uma safra inteira.
A enóloga Véronique Drouhin, da Maison Joseph Drouhin, na clássica região de Puligny-Montrachet, explica que o calor protege os parreirais contra as baixas temperaturas e a geada, fazendo com que o ciclo da uva não retarde e a maturação das uvas ocorra da melhor maneira possível.
O detalhe, cada uma dessas “velas” é acendida, claro, manualmente.
Mas a cena mais incrível foi registrada em Vougeot, onde está o lendário Clos de Vougeot, o maior vinhedo da Côte de Nuits.
Ali, além do fogo, um helicóptero foi utilizado para mover o ar e impedir que a temperatura atinja o ponto de geada, impedindo a manifestação do fenômeno.
Nos últimos dias, ADEGA tem recebido várias imagens dos produtores na Borgonha lutando contra a geada de primavera.
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