Recipientes encontrados na Itália datam entre o século IX e XI e são originários da Sicília
André De Fraia Publicado em 09/02/2021, às 17h00
O estilo único da ânfora siciliana como a da foto, permite que os pesquisadores tracem a rota comercial dos vinhos da ilha
Foram descobertas na região de Pisa e na Sardenha ânforas de argila que datam entre o século IX e XI e são originais da Sicília. Como a ânfora siciliana é bastante singular, permitiu que os pesquisadores conseguissem mapear a rota comercial do vinho proveniente da ilha.
A surpresa do estudo, no entanto, se deve ao fato que nessa época a ilha estava sob domínio islã e o consumo de álcool não era permitido. "O álcool não desempenhou - e ainda não desempenha - um papel importante na vida cultural da sociedade islâmica, por isso estávamos muito interessados na questão de como essa comunidade medieval prosperou em uma região dominada pelo vinho”, diz Martin Carver, professor do departamento de arqueologia da Universidade de York, instituição responsável pelo estudo.
Essa evidência arqueológica sugere que a comunidade islâmica viu no vinho uma oportunidade de prosperar no território recém conquistado e tornou da produção e exportação de vinho uma fonte de riqueza para manter o assentamento na Sicília.
"Eles não apenas prosperaram, mas construíram uma base econômica sólida que lhes deu um futuro muito promissor, sendo a indústria do vinho um dos elementos centrais de seu sucesso."
A Sicília, ilha italiana na ponta da bota, ficou sob o domínio islã até o século XI quando foi conquistada pelos Normandos. Ela ainda passaria pelas mãos de germânicos da dinastia Hohenstaufen, francos com a dinastia Anjou, espanhóis com a dinastia aragonesa e outras mais antes de fazer parte da Itália, mas, o local onde muitas histórias contam teria nascido Baco, o deus do vinho, continua produzindo belos exemplares até os dias de hoje. Clique aqui e conheça os melhores já degustado pela ADEGA.
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