Milionário chinês foi condenado a 3 anos de prisão, multa e teve nove de seus Chateaux em Bordeaux confiscados
Sílvia Mascella Publicado em 24/05/2024, às 12h00
A Corte Criminal de Paris sentenciou, na semana passada, o milionário chinês Naijie Qu a três anos de prisão, multa de um milhão de euros e o confisco definitivo de 9 Chateaux de Bordeaux de sua propriedade, ao final do processo por lavagem de dinheiro, fraude em impostos e documentos forjados. Os Chateaux já estavam nas mãos das autoridades francesas desde 2018, quando começou a investigação.
O escritório nacional de auditoria de China afirmou que a empresa presidida por Naijie Qu, a Haichang Group, recebeu dinheiro público do governo chinês para a compra de tecnologia estrangeira e, ao invés da compra, o dinheiro foi investido na aquisição de vinícolas e outras propriedades na França. Os valores extorquidos da China chegam a 37 milhões de dólares (mais de 190 milhões de reais).
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O acusado tem 63 anos e dirige o grupo Haichang, com sede na cidade portuária de Dalian, cidade natal de Naijie, onde ele chegou a plantar centenas de hectares de uvas tradicionais de Bordeaux. O grupo Haichang é um conglomerado de trading e transporte internacional, com investimentos em imóveis, turismo e agricultura.
A empresa começou a adquirir propriedades nas regiões produtoras de vinho francesas no começo dos anos 2010 e até 2013 foram compradas mais de 20 em Bordeaux. A investigação revelou que as vinícolas foram compradas em nome da esposa de Naijie Qu, em Hong Kong, por uma série de empresas fantasmas com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
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Os Chateaux confiscados pelo governo francês foram Chateau L’Enclos, Chateau Baby, Chateau Chenu-Lafitte, Chateau Branda, Chateau Grand Branet, Chateau Laurette, Chateau Thebot e o Chateau Millaud Montlabert, que juntos produzem mais de 60 rótulos de vinhos, a maioria vendidos na China. A imprensa francesa reportou que as vinícolas e propriedades confiscadas somam um total de 35,5 milhões de euros (aproximadamente 198 milhões de reais), e que essa é a terceira maior penalidade imposta em casos semelhantes no país.