Este tipo de vinho é feito a partir de castas de Savagnin
Redação Publicado em 14/10/2019, às 13h30 - Atualizado às 13h35
O vinho amarelo é comum na região francesa Jura
Tinto, branco, espumante, rosé, doce, fortificado, mais recentemente, laranja... Pois é, as classificações dos vinhos parecem estar se expandindo com o tempo, mas, o vinho amarelo, ou Vin Jaune, típico da região do Jura, na França, perto da fronteira com a Suíça, definitivamente não é algo novo (assim como, teoricamente, os vinhos laranjas, mas isso é outra história).
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O nome, obviamente, deve-se à sua coloração, geralmente um amarelo ouro muito intenso. Confira o que o nosso colaborador Patricio Tapia, conta sobre esse vinho e sua produção:
O “Vin Jaune” é feito com a variedade branca Savagnin, uma cepa de grande intensidade e acidez. Ele é produzido por toda a região do Jura, mas, sem dúvida, a zona mais famosa (e de onde vêm os melhores exemplares) é Château-Chalon, uma série de vinhedos de solos de piçarras azuis em uma pequena e preciosa montanha no coração do lugar.
A Savagnin é colhida tardiamente e depois estagiada em barricas de 228 litros que não são completamente preenchidas, permitindo que, depois de dois ou três anos (de acordo com as condições climáticas do período), forme-se o véu de flor ou “la voile”, algo muito similar ao que ocorre com os vinhos de maturação biológica como o Fino ou o Manzanilla em Jerez. A diferença, isso sim, é que o vinho amarelo nunca é fortificado.
Uma vez transcorridos seis anos e três meses (tal como diz a lei), o vinho é engarrafado em garrafas peculiares de 620 ml, chamadas localmente “clavelin”. O vinhos amarelos podem durar décadas de guarda, ou então séculos (há alguns anos, garrafas de 1774 foram vendidas por preços recorde).
Em termos de aromas e sabores, o vinho amarelo é muito similar ao Jerez. Seus sabores costumam ser salinos. E sua acidez é alta, algo que se acentua com o grau zero de dulçor, apesar de suas uvas serem colhidas muito tardiamente. Trata-se de um vinho único, inimitável, singular.
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