Entre os 10 melhores Pinot Noirs que já degustamos, muita França, um tantinho de Chile, um do Oregon e uma surpresa!
André De Fraia Publicado em 18/08/2022, às 10h20
A Pinot Noir é complexa e emblemática, exigente em todos os aspectos. O viticultor e o enólogo devem ter grande conhecimento técnico e dedicação para extrair dela todas as suas qualidades e sutilezas; o amante do vinho deve se aplicar para compreendê-la e apreciar todos os tons, aromas e sabores dos vinhos produzidos a partir dela.
Por isso escolher os 10 melhores vinhos de uma uva tão emblemática é uma tarefa árdua, mas aqui vamos a eles:
Os franceses, claro, dominam a lista. Esse borgonhês é elaborado sem adição de SO₂ e as uvas são fermentadas em cachos inteiros e sem leveduras exógenas, com estágio de 16 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês. Já mostra-se refinado e preciso, mesmo tão jovem e cheio de vitalidade. Está delicioso agora, mas deve ficar ainda melhor no decorrer dos próximos 20 anos.
Produzido com uvas advindas de uma parcela de 3,96 hectares no premier cru Les Cazetiers, em Gevrey Chambertin, com fermentação parte em madeira e parte em aço inox e ainda estagia entre 16 e 18 meses em barricas de carvalho francês, sendo 70% novas. Chama atenção pelos taninos pulsantes, pela refrescante acidez e pelo final longo e persistente, com toques terrosos, de cerejas e da passagem pela madeira.
Com estágio de 24 meses em barricas usadas de carvalho francês, está é uma versão frutada e cheia de textura de Tara, mas também tensa, precisa e salina. Tem esse lado funky dos vinhos de mínima intervenção, mas com mais precisão e solidez. A safra 2019 também surpreende!
Um americano quase francês! Com morango e mineralidade que lembra a talco. Muito floral, em boca traz elegância, com acidez e vinosidade na medida exata. Tem muita força mascarada por essa elegância. Tem aquele perfil um pouco balsâmico cheio de complexidade, do tipo Chambolle perfeito. Cada vez mais complexo merece decanter ou paciência na taça.
Philippe Pacalet coloca o segundo vinho no top 10! Com mínima intervenção, elaborado sem adição de SO₂, a partir de uvas advindas de vinhedos Premier Cru (50% Les Gruenchers, 25% Chabiots e 25% Les Feusselotes), fermentadas em cachos inteiros e sem leveduras exógenas, com estágio de 16 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês. Elegante e delicado, mas também cheio de força, mostra todo seu refinamento, precisão e sutileza, com sua acidez vibrante e seus taninos tensos e finíssimos.
Bonnes Mares é um pequeno vinhedo com status de Grand Cru, localizado entre Chambolle-Musigny e Morey-Saint-Denis. Exclusivos acima de tudo, os vinhos dessa denominação são estruturados, combinando taninos marcantes com sutileza e elegância, confirmados com uma degustação quase 50 anos após a sua safra!
Esse é um Pinot Noir de vinhas velhas de parcelas com a classificação premier cru, em Pommard. Ainda está jovem, mas já diz a que veio, estrutura firme, fruta vermelhas nítida, notas terrosas, florais, de ervas e de especiarias doces. Alia concentração e força, com tensão e profundidade, tudo mostrado de modo muito preciso e refinado, como é costumeiro nesse icônico produtor da Borgonha.
Um Pinot Noir BRANCO? Sim! Esse vinho é elaborado exclusivamente a partir de Pinot Noir vinificado em branco, com fermentação espontânea e posterior estágio oxidativo (aparecimento de flor como no Jerez) de 30 meses em barris de carvalho. Em sua segunda versão, mostra incrível frescor, aliando intensidade, força, volume de boca e profundidade, sempre num contexto de vibrante acidez. Muito gastronômico, cativante e sedutor em sua complexidade.
Com uvas advindas de vinhas de mais de 55 anos, cultivadas no premier cru Aux Clos, com fermentação espontânea e estágio em barris de carvalho francês de 456 litros. Atraente nos aromas e nos sabores, mostra notas florais, de ervas e de especiarias, tudo sustentado por refrescante acidez e taninos firmes e de grãos finos. Está ótimo agora, mas tem tudo para ficar ainda melhor nos próximos 20 anos.
Uma seleção do Cru “Le Crais”, uma homenagem de Guillon ao mestre de adega, Frei (Père) Galland, que recebeu e ensinou Guillon na Borgonha. Com passagem de 18 meses por barricas de carvalho francês de primeiro uso, este Pinot Noir é finíssimo e elegante em sua cereja e pimenta branca.