Qual a diferença entre os métodos tradicional e Charmat nos espumantes?

Entenda como os métodos tradicional e Charmat funcionam na produção de espumantes

Redação Publicado em 19/12/2016, às 15h59 - Atualizado em 20/01/2025, às 06h35

É comum vermos os termos “método tradicional” ou “método Charmat” nos rótulos dos espumantes. As diferenças entre eles têm grande importância, pois o modo de produção impacta nos vinhos de várias formas.

O método tradicional recebe esse nome porque é a forma como os primeiros espumantes foram elaborados. Esse processo, muitas vezes denominado Champenoise, foi primeiramente criado na região de Champagne, na França, pelos monges cistercienses (a lenda diz que Dom Pérignon o inventou) e manteve-se praticamente inalterado até os nossos dias.

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Por esse método, as borbulhas do vinho são criadas graças a uma segunda fermentação em garrafa. Ou seja, primeiro fermenta-se o mosto para que ele seja transformado em vinho. Depois, já com o vinho engarrafado, ocorre uma segunda fermentação. Nos primórdios, isso acontecia pois, com o frio, os açúcares do mosto não eram totalmente consumidos e as leveduras também não estavam todas mortas.

Assim, quando a temperatura começava a subir, uma nova fermentação começava dentro da garrafa e formava-se o gás carbônico. Com o tempo, contudo, esse processo foi aprimorado e hoje açúcares e leveduras são acrescentados após a primeira fermentação.

O método Charmat, por sua vez, é mais recente. Ele teria sido patenteado em 1895 pelo italiano Federico Martinotti (e, por isso, na Itália alguns chamam de método Martinotti), mas foi desenvolvido em 1907 e patenteado novamente em 1907 pelo francês Eugène Charmat. Assim como no método tradicional, as borbulhas do Charmat também se devem a uma segunda fermentação, contudo, dessa vez não em garrafa, mas em um grande tanque de inox, chamado de autoclave.

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Esses tanques são especialmente desenvolvidos para suportar a pressão. Depois da primeira fermentação do mosto, para que fosse transformado em vinho, ele é colocado em tanques, acrescido de leveduras e açúcares e ali se processa uma nova fermentação, a qual libera gás carbônico.

Diferenças

Entre as principais diferenças dos dois métodos está o tempo de produção. No método tradicional, são necessários alguns meses para que todo o processo resulte em um espumante.

Já no Charmat, esse período pode ser reduzido para dias. Com isso, obviamente, reduz-se bastante o custo, por isso os espumantes Charmat tendem a ser mais baratos. Quanto aos aromas e sabores, o tempo de contato com as leveduras também gera algumas diferenças.

Nos espumantes de método tradicional, como o contato é mais intenso e prolongado, os aromas costumam ser mais pronunciados, com toques de fermento, e sabores também mais marcantes. O Charmat, por sua vez, tende a produzir espumantes mais leves, florais, cítricos etc. Ambos, porém, produzem ótimos exemplares para todos os gostos e bolsos.

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