Na Sardenha até o brinde é especial, lá, antes de beber o vinho se diz: “A kent’anno – que você viva até os 100”. E eles vivem!
André De Fraia Publicado em 25/07/2022, às 11h10
As Blue Zones, ou Zonas Azuis, é um termo criado em 2005 em um artigo que tentava explicar locais do mundo onde a população tem a tendência de viver mais.
Foram identificados seis locais no mundo que possuem características parecidas e levam seus habitantes a serem mais longevos.
Estas regiões são: Okinawa no Japão, Loma Linda na Califórnia, Península de Nicoya na Costa Rica, Icária na Grécia e a Sardenha na Itália. E aqui é que interessa para os enófilos.
A pesquisa mostrou que entre as características que levam à longevidade está o consumo moderado de vinho, especialmente na ilha italiana. Lá a casta mais cultivada é a Cannonau, também conhecida como Grenache ou Garnacha.
Pesquisas inicias mostram que o vinho produzido com a Cannonau na Sardenha tem até três vezes mais flavonoides que a média global, esta substância trabalha na regulação da pressão sanguínea e auxilia contra o surgimento de doenças cardíacas, tornando o vinho um dos pilares dos centenários na Sardenha.
Como curiosidade as características que fazem dessas áreas Zonas Azuis são, ter laços familiares, envolvimento social, não fumar, dieta rica em legumes, consumir menos carne e fazer exercício físico constante e moderado.
Cada uma das Blue Zones possuem ainda características secundárias únicas que fazem com que seus habitantes sejam os mais longevos do mundo. Na Sardenha até o brinde é especial, lá, antes de beber o vinho se diz: “A kent’anno – que você viva até os 100”. E eles vivem!
A frase ficou famosa saindo dos lábios centenários da freira francesa Irmã André, nascida Lucille Randon em 1904 e atualmente a pessoa mais velha do mundo.
Após se curar da Covid-19, Irmã André disse que bebe “um pequeno copo de vinho todos os dias”.
Irmã André passou por duas guerras mundiais e está vivendo a segunda pandemia – a primeira foi de Gripe espanhola. E apesar de estar em uma cadeira de roda e cega, disse que não teve medo da doença: "não estava com medo de morrer. Estou feliz por estar aqui com vocês, mas gostaria de estar em outro lugar - juntar-me ao meu irmão mais velho, ao meu avô e à minha avó".