A vinícola boutique Liber Pater tem uma produção diferenciada e utiliza castas clássicas de Bordeaux
André De Fraia Publicado em 03/02/2021, às 16h00
Loïc Pasquet, o proprietário da vinícola Cult bordalesa Liber Pater
A pequena vinícola Liber Pater em Bordeaux ganhou nos últimos anos o status de Cult por seu cultivo e vinificação diferenciados. O enólogo e proprietário Loïc Pasquet produz no máximo 1.200 garrafas por safra e seus vinhedos totalizam apenas 2,5 hectares.
E foi em uma dessas safras, a 2011, quando estava sendo engarrafada quatro anos depois que Loïc teve a ideia de reservar o suficiente para três grandes garrafas de 18 litros cada. A ideia original era vender uma para um colecionador, o que foi logo feito, e reservar duas para suas filhas como presente. Porém uma dessas garrafas restantes foi comprada pelo grupo de investidores em grandes vinhos, Oeno. Estes informaram que já revenderam a um colecionador privado sem revelar, no entanto, a quantia envolvida na transação.
Loïc já informou que a garrafa restante será colocada à venda em um leilão em 2022 pelo lance inicial de 210.000 Libras esterlinas.
O vinho produzido pela Liber Pater é bastante diferenciado, o vinhedo é de altíssima densidade e as uvas utilizadas não seguem o corte bordalês moderno, foram escolhidas antigas castas que eram utilizadas na região na era pré-filoxera. Para se ter uma ideia as uvas mais plantadas pela vinícola são Castets, Tarney-Coulant e Pardotte. O vinho nunca passa por madeira e sim por ânforas de argila com longa maceração de até dois meses seguidos de mais trinta meses de amadurecimento e são elaborados no estilo Claret.
É considerado um dos vinhos mais raros do mundo afinal só é produzido em grandes anos. A última safra foi a 2015 e como as condições não foram ideais a vinícola produziu apenas 550 garrafas.
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