A harmonização não torna somente a refeição mais gostosa: ela também ajuda na digestão dos alimentos
Carolina Almeida Publicado em 07/08/2019, às 13h00 - Atualizado às 16h12
A união de entre vinho e comida faz bem para a saúde
Há milênios, a Bíblia já dizia: “Não beba água, use um pouco de vinho para o bem de seu estômago”, mas não se sabia ao certo a veracidade dessa frase. Nos últimos anos, conseguiuse chegar a uma conclusão. Melhor até mesmo que a água, o vinho colabora com o processo digestivo e combate inflamações e infecções no aparelho gastrointestinal.
Desde a década de 1990, inúmeros estudos são feitos para tentar encontrar uma relação entre vinho e comida. Quando eles são harmonizados e consumidos juntos, há uma diminuição considerável no volume de radicais livres durante a digestão. Dessa forma, as chances de esses radicais oxidarem a gordura ingerida são menores, diminuindo, também, a possibilidade de se desenvolver a aterosclerose (entupimento dos vasos sanguíneos).
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Nesse sentido, um dos mais importantes estudos, realizado em Portugal, concluiu que o vinho, por ter grandes quantidades de polifenol, protege o organismo de radicais livres que poderiam causar, por exemplo, câncer no aparelho digestivo. O consumo de vinho (nesse caso especialmente o tinto), desencadeia uma série de reações, entre elas a liberação de óxido nítrico, que ajuda a relaxar as paredes do estômago. Dessa forma, torna a absorção e passagem de nutrientes para o sangue mais simples.
A pesquisa portuguesa ainda notou que o vinho contém outra substância, do mesmo grupo do etanol, capaz de transformar nitrato (agente cancerígeno) em óxido nítrico, que, além de ter papel importante no estômago, também auxilia na dilatação das artérias, tornando o fluxo do sangue para as células – e, consequentemente, dos nutrientes presentes nele – mais equilibrado.
Outro estudo, desta vez do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, demonstrou que o vinho branco, harmonizado com queijo, torna o esvaziamento gástrico mais lento, ou seja, mantém a comida por mais tempo no estômago e garante que os nutrientes sejam distribuídos durante um período maior. O trabalho também concluiu que aqueles que consomem álcool durante as refeições tendem a ter menos apetite, o que significa que os bebedores de vinho têm menor probabilidade de ganho de peso.
Além de auxiliar na passagem e distribuição de nutrientes para o organismo, os polifenóis presentes no vinho neutralizam os efeitos negativos de alimentos muito gordurosos.
Na combinação entre vinho e carne vermelha, por exemplo, há uma relação benéfica recíproca. Enquanto a proteína da carne se dá bem com os taninos, amaciandoos, o vinho praticamente anula as substâncias prejudiciais provenientes da carne, como as gorduras oxidadas. Em testes realizados pela Federação de Sociedades Americanas para a Biologia Experimental, foram medidos os níveis de MDA (malonaldeídos) – um dos principais produtos da decomposição de ácidos graxos – de pessoas que ingeriram carne com e sem vinho. Os resultados mostraram um nível quase cinco vezes maior no primeiro caso, quando a bebida não foi consumida. Altas quantidades de malonaldeídos aumentam o risco de doenças cardíacas e outras complicações.
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