Vinho pode diminuir a mortalidade de pessoas com Mal de Parkinson

Novo estudo de Harvard aponta benefícios no consumo de vinho tinto e frutas com antocianinas

Silvia Mascella Rosa Publicado em 24/03/2022, às 16h00 - Atualizado em 23/09/2024, às 11h00

Segundo pesquisa, os flavonoides, presentes no vinho tinto e em frutas vermelhas, são a chave -

O consumo moderado de vinho tinto, frutas e vegetais está associado a uma redução significativa no risco de mortalidade em pessoas com Parkinson. Estudos revelam que dietas ricas em flavonoides, especialmente antocianinas presentes no vinho tinto e frutas vermelhas, podem aumentar a taxa de sobrevivência em até 66%.

Além disso, compostos como flavan-3-ols, encontrados em maçãs e chá, também oferecem benefícios neuroprotetores. Esses achados reforçam a importância de uma alimentação equilibrada para melhorar a qualidade de vida de pacientes com Parkinson e também de pessoas saudáveis.

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Por exemplo, um estudo da Penn State University, Harvard e outras instituições, publicada na revista Neurology, analisou dados do Nurses' Health Study (NHS), que começou em 1976 com 121.700 enfermeiras, com idades entre 30 e 55 anos, e do Health Professionals Follow-up Study (HPFS), que começou em 1986 com 51.529 profissionais de saúde do sexo masculino, com idades entre 40 e 75 anos.

O autor principal Xiang Gao e sua equipe analisaram informações sobre 599 mulheres e 652 homens que haviam sido diagnosticadas com Parkinson e foram acompanhados a cada quatro anos até 2012.

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Os resultados mostraram que, quando as pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson ingeriam mais flavonóides (maior ou igual a três porções por semana de qualquer uma das categorias de flavonóides), elas tinham um risco de mortalidade de 25 a 40% menor.

Mais especificamente, os pesquisadores descobriram que aqueles que comiam mais antocianinas, encontradas em vinho tinto e frutas vermelhas, tinham uma taxa de sobrevivência 66% maior em comparação com aqueles no grupo de consumo mais baixo.

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Aqueles que consumiram mais flavan-3-ols, encontrados em maçãs, chá e vinho, tiveram uma taxa de sobrevivência 69% maior em comparação com o grupo mais baixo. 

Para referência, as pessoas do grupo mais alto consumiram cerca de 673 miligramas de flavonóides por semana, enquanto as do grupo mais baixo consumiram cerca de 134 miligramas por mês. Uma taça de vinho tinto contém cerca de 200 mg.

“O estudo fornece mais evidências sobre os efeitos neuroprotetores de frutas e vegetais. Observamos que a ingestão pequena a moderada de vinho tinto pode estar associada a uma menor mortalidade entre indivíduos com Parkinson, mas não incentivamos as pessoas que atualmente não bebem álcool a começar”, disse Xiang Gao. 

Ele ainda liderou um estudo de 2012 que analisou o consumo de flavonóides de 130.000 homens e mulheres antes do início do Parkinson e descobriu que uma dose semanal substancial de frutas e vegetais ajudou a prevenir o distúrbio do sistema nervoso. Ele diz que os flavonóides podem retardar a perda de neurônios e proteger contra o declínio cognitivo, que está associado a um maior risco de mortalidade. 

Embora os resultados pareçam promissores, Gao tem certeza de que o estudo pode ser aprimorado e cimentado com uma melhor avaliação da dieta (os questionários de frequência alimentar nem sempre são precisos) e da progressão do Parkinson, especialmente porque os pesquisadores usaram a mortalidade como uma medida indireta do transtorno do sistema nervoso. 

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