Os 16 vinhos mais representativos da safra de 2011 foram degustados em Bento Gonçalves, em setembro
por Sílvia Mascella Rosa
No voo Porto Alegre/São Paulo das 17h de domingo, dia 24 de setembro, algumas bolsas iguais eram vistas nos ombros de pessoas muito diferentes entre si. No voo das 18h para o Rio de Janeiro a mesma cena podia ser vista também. Era a sacola que continha a caixa com as taças de cristal de cada participante da Avaliação Nacional de Vinhos, promovida pela Associação Brasileira de Enologia (ABE).
No dia anterior, essas pessoas tinham participado da maior degustação já promovida nos 19 anos em que é realizado o evento: “Tivemos que abrir mais vagas, pois o limite de inscrições foi atingido em apenas dois dias”, conta Christian Bernardi, presidente da ABE, e completa: “Neste ano tivemos, além dos participantes estrangeiros, brasileiros vindos de 18 estados da federação, totalizando 820 pessoas”.
Um bom ano
A Avaliação Nacional de Vinhos não é um concurso, mas sim um panorama do que está sendo feito na produção nacional. Todas as vinícolas são convidadas a inscrever suas amostras da safra de 2011, que são coletadas por uma equipe da ABE diretamente dos tanques ou das barricas, e levadas para as degustações.
Neste ano de números superlativos, foram inscritos 383 vinhos vindos de 72 empresas. Para avaliá-los, um time de 113 enólogos se dividiu em quatro grupos que em várias seções semanais degustou todas as amostras às cegas, no laboratório da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves.
Segundo as regras do evento, 30% das amostras com melhor pontuação são separadas e reavaliadas por outro time de enólogos, chegando-se assim às 16 mais representativas da safra de 2011. São precisamente esses 16 os vinhos degustados pelos 820 participantes da Avaliação. Eles são comentados por um time de convidados, que contou com a presença da degustadora da equipe de ADEGA, Juliana Reis, e do enólogo chileno Sérgio Hormazabal, diretor técnico da Viña Ventisquero: “Fiquei impressionado com a organização do evento e com a qualidade dos produtos apresentados, muitos deles praticamente prontos e outros em franca evolução”, comentou Hormazabal.
A Avaliação Nacional de Vinhos foi uma confirmação da boa safra obtida no país, tanto de brancos quanto de tintos. Uma garantia de taças abastecidas com grande qualidade no futuro.