Os vinhos brancos são perfeitos para o verão. Aprenda sobre as suas uvas e escolha o que melhor corresponde ao seu estilo
por Marcelo Copello
Alvarinho (Portugal) ou Albariño (Espanha) - Ocupa o trono de maior casta branca de toda a Península Ibérica. Típica uva dos Vinhos Verdes, do norte de Portugal. Esplêndida acidez é sua maior marca. Os exemplares "Verdes" tradicionais são leves, de baixo teor alcoólico, muito frescor e levemente frisantes (com certo gás natural). Esta casta, no entanto, se adequadamente cultivada, presta-se à elaboração de brancos barricados e de grande estrutura.
Chardonnay |
Moscatel |
Riesling |
Antão Vaz - maior branca do sul de Portugal, notadamente do Alentejo. Em estilo lembra a Chardonnay, rendendo vinhos estruturados, untuosos, frutados e que por vezes expressam boa mineralidade. Presta-se bem ao amadurecimento em barris de carvalho e faz um bom par com a uva Arinto, que empresta acidez à mistura.
Chardonnay - a rainha das uvas brancas. Gera líquidos consistentes, ricos e complexos. Faz os grandes Borgonhas, como o Montrachet e o Chablis e dá vida ao Champagne. Normalmente apresenta cor dourada e aromas como pêssego, abacaxi, limão, mel, manteiga e avelãs. É uma das poucas variedades brancas que se presta ao amadurecimento em barris de carvalho, quando ganha, então, aromas de baunilha e tostados. É tão exageradamente disseminada pelo mundo que já existe uma reação dos consumidores, que nos EUA foi batizada de ABC - All But Chardonnay! (Em português, Tudo Menos Chardonnay).
Gewürztraminer - esta cepa provoca reações do tipo "ame-a ou deixea", e alcança boas notas em degustações, por sua intensidade e originalidade aromática. Os mais famosos são os da Alsácia (França) e da Alemanha. Aromas de rosas e lichias são os mais típicos. Produz desde líquidos secos até excelentes doces. É de cultivo difícil. No Brasil, infelizmente, não se dá muito bem.
Moscatel - Não se trata de uma casta, mas de uma família (Moscatel, Moscato, Muscat, Muscadelle). Há vários tipos, como o de Alexandria, Lipari, España, Setúbal, Ottonel e assim por diante. São uvas aromáticas muito usadas em vinhos de sobremesa e espumantes. É a base do Asti Spumanti, do norte da Itália. No Brasil, é muito difundida e produz bons espumantes, tanto na região Sul, como no Nordeste. Faz muitos vinhos generosos como o português Moscatel de Setúbal ou o italiano Passito di Pantelleria.
Riesling (ou Riesling Renano) - Uma das melhores variedades brancas do mundo. Usada também para fazer vinhos secos ou doces. É reconhecida por seu aroma floral e de frutas, como maçã verde, e de minerais, como petróleo ou querosene. Sua expressão máxima acontece na Alsácia (França) e na Alemanha. A Austrália é também um bom terroir para esta cepa. Pode gerar brancos de grande estrutura, acidez elevada e notória longevidade, quase sempre sem passar por barris de carvalho, preservando toda a sua expressividade varietal. Não confundir com o que chamam de Riesling Itálico, variedade muito cultivada no sul do Brasil, muito diferente da Riesling (Renana), sendo pouco intensa e de perfil leve e cítrico.
Sauvignon Blanc - É originária de Bordeaux e do Vale do Loire, França, onde faz o Sancerre e o Pouilly Fumé. Gera vinhos de boa acidez e aromas potentes, lembrando grama cortada, ervas frescas, cítricos, grapefruit e aspargos. Em exemplares clássicos do Loire, aromas típicos são descritos como "pedra de isqueiro" e "pipi de chat" (xixi de gato). Fora da França, os Sauvignon Blancs mais famosos são os da Nova Zelândia, mais frutados que os franceses, às vezes agregando maracujás e pêssegos ao conjunto.
Sémillon - é a base dos brancos de Bordeaux, onde é misturada à Sauvignon Blanc e às vezes a uma pequena quantidade de Muscadelle. Por sua estrutura e longevidade é a alma do Sauternes, o maior branco doce do mundo. No Hunter Valley, na Austrália, a Sémillon gera vinhos de grande longevidade (mais de dez anos), acidez marcante e baixo teor alcoólico (cerca de 11%), que desenvolvem aromas de mel, avelãs e nozes com a idade.
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