O vinho na era da experiência

Através do conhecimento dos entornos que há no mundo do vinho, é possível desfrutar verdadeiramente desta bebida e promovê-la desfrutar verdadeiramente desta bebida e promovê-la

por Juliana Reis

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É crescente o número de pessoas que busca experiências in loco para vivenciar o processo que transforma a uva em vinho. Seja para aprimorar conhecimentos profissionais, seja para expandir horizontes pessoais, sommeliers e enófilos têm o mesmo objetivo quando se trata de viagens pelo mundo de Baco: a busca por experiências.

Andar de bicicleta entre os vinhedos, saborear o vinho ainda não finalizado - direto da barrica de carvalho -, entrar em um tonel com os pés descalços para pisar as uvas afundandoas até a altura do joelho e sentindo o calor produzido pela fermentação das mesmas. Tudo isso certamente romantiza o vinho, mas também faz com que o enxerguemos de maneira mais profunda.

Dificilmente quem já vivenciou ou trabalha em vinícola se pergunta: "por que tal vinho é tão caro?"Assim como quem não é um profundo conhecedor ou amante de carros também pode inocentemente achar que o preço de uma Ferrari não é justificável. Especulações e cartas de vinhos supervalorizadas à parte, inúmeros fatores agregam valor ao produto final e quanto mais próximo estivermos do vinho, mais fácil de entendê-los.

O valor único do terroir

Por meio das características que cada tipo de uva expressa em distintos terroirs, é possível estudar a geografia do mundo. Os vinhos, por exemplo, conseguem mostrar, de forma bastante clara, a influência do clima, do solo e das práticas do enólogo no resultado final, tornandoos únicos devido ao terroir da região onde são produzidos. Mesmo sabendo que, em centenas de outros lugares, produtores têm bons resultados com uma determinada uva, nenhum de seus vinhos consegue refletir características idênticas.

Basta um gole de um vinho branco seco tipicamente mineral e com fruta suficiente para contrabalançar o caráter metálico e vamos direto para um pequeno distrito na Borgonha, onde alguns dos brancos mais conhecidos são encontrados: os Chablis. Quando saboreamos um vinho que estudamos e refletimos, é como se fossemos ao local em que é produzido no nosso imaginário, mesmo sem sair de casa.

A arma do conhecimento

Vivemos em uma era exigente de informações e conhecimento e esse é um dos motivos que faz com que seja uma prática comum entre as importadoras promover eventos para aproximar o vinho do profissional que vai ou não sugerir um rótulo entre tantos outros existentes na carta do restaurante para seu cliente. A educação é uma ferramenta decisiva de venda de qualquer produto e nada como o conhecimento para melhor promovê-lo frente à tanta concorrência.

Encontros periódicos, degustações dirigidas, palestras com enólogos e visitas à regiões produtoras são alguns exemplos de como essas empresas procuram manter seus clientes informados. Seja por meio das importadoras ou vias próprias, o importante é acumular vivências e formar uma opinião pessoal. No caso do sommelier, este profissional tem o privilégio de poder enriquecer a experiência de seus clientes por meio de seu conhecimento e também de suas vivências.

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