por Redação
A fama dos vinhos do Ribatejo nasceu antes mesmo da fundação do País. Os vinhos foram citados por D. Afonso Henriques em 1170, no foral* da cidade de Santarém.
#R#Durante os séculos XIV e XV, os monarcas D. Pedro I, em 1384, D. Afonso V, em 1450, e D. João II, em 1487, tiveram a preocupação de proteger a região, proibindo a entrada de vinhos de fora.
A literatura de Gil Vicente imortalizou os vinhos do Ribatejo no auto "Pranto de Maria Parda", onde há referências ao vinho da região de Abrantes.
As Cartas de Lei publicadas em 1907 e 1908, durante a ditadura de João Franco, consideraram esses vinhos típicos regionais.
Ao percorrer o Ribatejo a região se divide em três paisagens bastante diferentes e designadas como "lezíria" ("campo" ou "borda-d'água"), "bairro" e "charneca".
A"lezíria" corresponde à planície, inundável pelo rio Tejo, de terras ricas. Foi ali que tiveram origem as touradas portuguesas e onde até hoje se encontram figuras típicamente camponesas. O "bairro", na margem direita do Tejo, tem um relevo mais acentuado e solos mistos, onde muitas oliveiras convivem harmoniosamente com a vinha, trigo e milho. A "charneca" estendese pela margem esquerda do Tejo, onde o solo é mais pobre e a vinha precisa dividir os recursos existentes com os eucaliptos e pinheiros. Aqui, os vinhos têm normalmente um grau alcoólico mais elevado devido ao aquecimento dos bagos pelo reflexo do sol nas areias brancas, nas quais a vinha é plantada.
Em comum, essas áreas têm a influência da proximidade do Tejo e o clima sub-mediterrânico temperado. Dessa combinação nascem vinhos com muita personalidade.
Por causa do surgimento das touradas nessa região, costuma-se comparar o comportamento desses vinhos na boca com o bailado elegante dos cavalos na praça de touros. Os vinhos jovens são muito vivos, não perdem a compostura, e possuem um acentuado aroma de frutas vermelhas maduras com um suave toque de baunilha da madeira.
Foi em virtude da qualidade e da importância da vinha na economia rural - e da diversidade de características desta região - que foi reconhecido o "Ribatejo" como Denominação de Origem Controlada, com seis sub-regiões: "Cartaxo", "Santarém", "Almerim", "Coruche", "Tomar" e "Chamusca". O Vinho Regional tem a designação de "Ribatejano".
Inconfundíveis!
#Q#Rio Tejo |
Principais castas:
Tomar |
BRANCAS: Arinto, Fernão Pires, Rabo de Ovelha, Tália, Trincadeira das Pratas, Verdelho e Vital, as quais devem representar, no mínimo, 50% do encepamento, Alicante Branco, Alvarinho, Cerceal Branco, Chardonnay, Malvasia Rei, Moscatel Graúdo, Pinot Blanc, Sauvignon, Síria, Tamarez e Viosinho.
Extração da cortiça em Santarém |
Características dos vinhos:
TINTOS: Apresentam cor rubi que com o tempo evolui para granada. Possuem aromas de frutos vermelhos, taninos equilibrados e arredondados, permitindo um bom envelhecimento, adquirindo mais aveludado e maciez.
BRANCOS: De cor citrina ou palha aberto, especialmente frutados, secos, com aromas entre o floral e o frutado. Ligeiramente acídulos o que lhes confere juventude, leveza e finura de boca.
Entidade certificadora:
A certificação do DOC "Ribatejo", tal como a do Vinho Regional "Ribatejano" é feita pela Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo.
* foral - carta de lei que regulamentava a administração de uma localidade.
NOME: Companhia das Lezírias (representada pela
SAVEN) |