Agora, Justiça concede vitória parcial aos viticultores contra o uso do veneno na região
André De Fraia Publicado em 04/08/2021, às 17h00
Vinhedos na Campanha Gaúcha relatam perdas de até 90% devido ao agrotóxico
A suspensão do uso agrotóxico 2,4-D na Campanha Gaúcha foi determinada até que o governo do Rio Grande do Sul estabeleça zonas de exclusão ou implemente uma efetiva fiscalização do uso do remédio.
No início de 2021, produtores da Campanha Gaúcha acusaram o veneno utilizado para matar ervas daninhas na plantação de soja como o responsável por destruir até 90% dos parreirais de alguns produtores. De acordo com relatório da Secretaria de Agricultura gaúcha, a perda na produção de vinho causada pelo mau uso do 2,4-D foi de 30%.
O problema é causado pela forma que o agrotóxico é utilizado. Os produtores de soja vaporizam o veneno em suas plantações e as nuvens de 2,4-D atingem uma distância de até 30 km, causando prejuízos principalmente em culturas mais delicadas, caso da uva e da maçã.
Pulverização do veneno pode levar nuvem de agrotóxico a uma distância de até 30 km
O estado do Rio Grande do Sul diz que é inviável a suspensão do uso do 2,4-D mas tomou medidas importantes para controlar o uso do veneno como ações educacionais, de controle e responsabilização penal por quem não segue às exigências do uso do pesticida.
Os dois órgãos que entraram com a ação na justiça – a Associação de Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha e a Associação dos Produtores de Maçã – comemoraram a vitória parcial, mas indicam a necessidade de ações efetivas a longo prazo.
Valter Potter, presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha, diz que, em 2020, cerca de 1 milhão de garrafas deixaram de ser produzidas na região da Campanha Gaúcha por perdas ligadas ao agrotóxico, gerando um prejuízo de R$ 100 milhões para os produtores.
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