Denominação de Origem Controlada, para que serve?

Conheça as regras da Denominação de Origem Controlada e entenda se é uma garantia de qualidade ou apenas um parâmetro

Redação Publicado em 02/09/2024, às 12h00

Descubra como a denominação de origem controlada (doc) define a qualidade e a procedência dos vinhos -

Quando um vinho apresenta um selo de uma Denominação de Origem Controlada, ou DOC, significa que ele foi produzido em uma determinada região sob algumas regras específicas.

Um vinho tinto DOC Vale dos Vinhedos, por exemplo, a única denominação de origem brasileira, significa que ele foi produzido com uvas e por uma vinícola na área delimitada que corresponde ao Vale dos Vinhedos e, pelas regras, ele também deve ter como variedade predominante a Merlot.

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As denominações de origem, portanto, servem como parâmetro para o consumidor, para que ele possa reconhecer o que está adquirindo. E isso não é de hoje. Desde a antiguidade já se sabia da importância de verificar a procedência de um vinho. E quando um vinho de determinada região ganhava fama, as autoridades e produtores costumavam rotular com seu nome e colocar alguns parâmetros de produção.

As primeiras tentativas de denominações de origem de vinho são de Chianti e do Vinho do Porto. Em 1716, Cosimo III, duque da Toscana, publicou o célebre “Bando”, em que delimitava as regiões produtoras de vinho de Chianti. Quarenta anos mais tarde, foi a vez do Marquês de Pombal, em Portugal, demarcar as terras do Douro próprias para a produção do Vinho do Porto.

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Além da sigla DOC você provavelmente já deve ter visto outras como:
AOC: abreviação de Appellation d'Origine Contrôlée;
AVA: abreviação de American Viticultural Area, que seria a DOC dos Estados Unidos;
DOCG: abreviação de Denominazione di Origine Controllata Garantita, que seriam um passo além das DOC segundo a legislação da Itália;
IG ou IP: que significam respectivamente Indicação Geográfica e Indicação de Procedência, ambas etapas anteriores à DOC, que geralmente possui regras mais rígidas

No entanto, a primeira denominação de origem teria sido francesa, a Appellation d'Origine Contrôlée de Roquefort. Isso mesmo, do tradicional queijo azul. Ou seja, as denominações não se resumem a vinho, mas estão em diversos produtos alimentícios.

As primeiras DOCs formais surgiram mesmo no século XX, com a preocupação de proteger o nome e a reputação de certos locais, como Champagne, por exemplo. A partir daí (e de uma série de acordos comerciais entre países), um espumante produzido fora dessa região francesa não pode ser chamado de Champagne. 

Enfim, quando um rótulo apresenta uma Denominação de Origem Controlada, esse vinho veio de um local específico que possui suas próprias regras. Significa que ele é melhor do que os que não pertencem a uma DOC? Não. As DOCs servem de parâmetro e tendem a ter bons controles de qualidade, mas não são garantias.

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