Tinta de origem espanhola e nome francês, a Carignan produz alguns dos melhores e mais interessantes vinhos chilenos
Sílvia Mascella Publicado em 11/06/2024, às 08h00
Apesar de ser cultivada no Chile essa uva não carrega o nome que recebe na Espanha (Cariñena) e nem o nome italiano (Carignano), e sim o nome tradicional francês: Carignan. Mas sua origem não é francesa, embora tenha chegado ao país no século 12, vinda de onde? Da Espanha, mais especificamente da região de Aragão.
Como essa variedade vinífera gosta de calor, ela se adaptou muito bem ao sul da França, principalmente nas regiões próximas ao Mediterrâneo. Bastante produtiva, ela ainda ocupa muitos espaços no Languedoc-Roussillon e é muito utilizada em cortes.
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Mas é no Chile, onde chegou há pouco mais de 70 anos, que a Carignan se expressa como varietal de forma excepcional, especialmente nas áreas não irrigadas (assim como na França e em sua Espanha original, ela aprecia o calor), secas e quentes. No Valle del Maule ela tem ainda outra particularidade: as melhores uvas são provenientes das parreiras mais velhas.
Foi no final da década de 1990 e começos dos anos 2000 que alguns grandes nomes da enologia chilena perceberam o potencial da variedade e seus desafios, pontuando que as características específicas do terroir são essenciais para a produção de bons vinhos da Carignan. Mais dez anos se passaram até a fundação da VIGNO (Vignadores del Carignan), uma DO informal que une produtores das áreas não irrigadas do Maule, cujos vinhos só podem ser produzidos com uvas de parreiras com 30 anos ou mais.
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Na lista abaixo estão os melhores Carignan chilenos degustados por ADEGA, entre varietais, cortes e alguns VIGNO. Para escolher o seu e aproveitar, é bom saber que vinhos feitos com a Carignan são (na maioria das vezes) bastante escuros, com tanino e acidez bem marcadas, sua estrutura costuma suportar o amadurecimento em barricas de carvalho e seus principais aromas são de frutas maduras como ameixas, cerejas negras, framboesa e especiarias.