A história do Barbaresco

Conheça como foi criado um dos ícones do norte da Itália

Redação Publicado em 13/03/2021, às 17h00 - Atualizado em 06/04/2021, às 17h16

 

Piemonte no norte da Itália é a casa dos Barbarescos

A origem do nome é controversa. Alguns narram que os gauleses chegaram à Itália por serem atraídos pelo vinho Barbaritium, enquanto outros argumentam que Barbaresco deriva seu nome dos povos bárbaros que causaram a queda do Império Romano. Mas, verdade é que até fim do século XIX, as uvas Nebbiolo da região de Barbaresco eram vendidas para fazer Barolo ou simplesmente rotuladas como “Nebbiolo di Barbaresco”. 

Em 1894, Domizio Cavazza, diretor da escola de enologia de Alba, criou a primeira cooperativa, a Cantine Sociali, reunindo nove proprietários de vinhedos de Barbaresco. Teria sido a primeira vez que produtores se reuniam para fortalecer o nome da região. No anos 1930, contudo, a cooperativa foi fechada no governo fascista.  

Em 1958, um padre da vila de Barbaresco, reconhecendo que a única maneira de as pequenas propriedades sobreviverem era unir esforços, reuniu 19 pequenos produtores e fundou Produttori del Barbaresco. As três primeiras safras foram feitas no porão da igreja. 

Nessa época, por volta dos anos 1960, é que Barbaresco realmente começou a se tornar uma denominação de renome graças a um jovem chamado Angelo Gaja e também a Bruno Giacosa. Pode-se dizer que esses três produtores formaram o tripé da “revolução” de Barbaresco. Gioacosa, por exemplo, foi um dos primeiros a demarcar vinhedos únicos como forma de valorizar o território.  

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Gaja foi ainda mais determinante nessa história. Em 1961, ao ingressar na vinícola familiar, passou a modificar a gestão de seu pai, usando barricas novas, por exemplo. Suas ideias ajudaram a mudar o perfil não somente da região de Barbaresco, como do Piemonte em geral, pois ele passou a cultivar variedades francesas e revitalizar as locais como Barbera (ver entrevista com Giovanni Gaja, filho de Angelonesta edição). 

Gaja também passou a separar e valorizar os vinhedos únicos da sua propriedade, que, segundo afirma, foram fruto da visão de sua avó, Clotilde Rey. Ela teria sugerido que a família comprasse os melhores vinhedos de Barbaresco depois da II Guerra Mundial, quando as famílias estavam deixando a região rural para ir para TurimEla ensinou os mais jovens a escolher esses terroirs, optando pelas faixas de terra em que a neve derrete mais cedo, chamadas de SorìUm desse vinhedos foi batizado em sua homenagem, o Sorì Tildin, seu apelido. 

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