O enólogo Michele Chiarlo, produtor de Barolo e Barbera, morreu aos 88 anos
Silvia Mascella Rosa Publicado em 21/11/2023, às 20h15
A escola da Viticultura e Enologia de Alba, coração da produção de vinhos do Piemonte, é uma das mais antigas da Itália. O jovem Michele Chiarlo foi estudar lá no final do anos 1940 sob uma condição de seu pai (que já era produtor de uvas): que ele sempre tentasse superar a sí próprio.
O enólogo e produtor Michele Chiarlo faleceu no último sábado, aos 88 anos, deixando um legado que - certamente - deve ter impressionado seu pai, pois impressionou todo o mundo do vinho com seu trabalho na vinícola familiar, aberta por ele em 1956.
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O caminho foi longo e as dificuldades foram muitas, mas o jovem entendeu que a valorização da região do Piemonte passava, necessariamente, pela implantação de vinhedos em áreas rigorosamente escolhidas, para assim produzir vinhos de alta qualidade. O primeiro cru de Barolo produzido com seu nome leva a safra de 1958.
Muitos conhecedores dos vinhos piemonteses creditam a Michele Chiarlo as mudanças que fizeram do nome Barolo o que ele representa hoje (O Rei dos Vinhos, como é chamado esse tinto da uva Nebbiolo). Ele trabalhou pesado para conquistar mercados dentro e fora da Europa, para provar que seus tintos podiam (e deviam) estar nas lojas e restaurantes entre os grandes vinhos do mundo.
Em 2013, numa breve entrevista em Alba, Michele Chiarlo falou para ADEGA sobre a paixão pelos vinhos, sobre uma de suas propriedades icônicas em La Morra (uma das principais colinas de produção de Barolo), onde é produzido o Barolo Cerequio e sobre a valorização (que muitos creditam à ele também) das variedades naturais do Piemonte, como a Barbera e a Moscato, uvas que resultam em vinhos mais acessíveis, mas igualmente agradáveis e elegantes. "Fui um dos primeiros a aplicar a fermentação malolática nos vinhos da uva Barbera, no começo dos anos 1970", contou.
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A família divulgou que Michele Chiarlo faleceu no último sábado, dia 18 de novembro, em sua casa em Calamandrana. Seus filhos Alberto e Stefano, que já cuidavam da empresa, pediram que as pessoas não enviassem flores, mas sim que fizessem uma doação para um centro de pesquisas de câncer.