Conheça uma seleção dos melhores exemplares de Pinot Noir para você ter na sua adega
Arnaldo Grizzo e Eduardo Milan Publicado em 03/07/2023, às 14h00
A Pinot Noir é uma variedade símbolo da Borgonha, com fama por ser a responsável por “traduzir” na taça o que os franceses chamam de terroir.
Segundo os franceses a Pinot é capaz de traduzir cada palmo de terreno, cada milímetro de chuva, cada mínima intervenção humana ou “divina” e criar um vinho diferente. Mas, a Pinot Noir também é conhecida como a “uva do desgosto” por sua singular inconstância, alguns diriam: por sua natureza volúvel. Contudo, ao mesmo tempo que é inconsistente, também é incomparavelmente elegante. Esse “mistério” faz com que ela fascine tanto enólogos quanto enófilos.
Ela é capaz de desafiar os mais experientes profissionais do vinho, pois é altamente sensível ao clima e todas as outras interferências possíveis, tornando seu manejo, tanto no vinhedo quanto na cantina, extremamente delicado.
Já os consumidores, especialmente os mais acostumados à opulência frutada de outras variedades, tendem a achar a Pinot intrigante, pois ela é considerada a mais expressiva das uvas tintas, apresentando uma vasta gama de sabores e sutilezas.
E, ao contrário do que se costuma pensar da Pinot (especialmente por ela gerar vinhos de cor translúcida), ela não é uma variedade de taninos macios e sem estrutura. Aliás, os grandes exemplares do mundo são firmes em estrutura, de taninos firmes e tensos. Ou seja, uma mesma uva pode ter diversas facetas.
Apesar de ser considerada uma variedade nativa da Borgonha e ter sua maior expressão lá, a Pinot Noir seguiu caminho desbravando outros terroirs do mundo, indo parar em quase todos os cantos do planeta onde o homem decidiu cultivar uvas para produzir vinho.
Sendo assim, ela também recebe outros nomes (diz-se que há mais de 240 sinônimos), como Spätburgunder na Alemanha, Blauburgunder na Áustria e na Suíça, Pinot Nero na Itália, além de Chambertin, Noir Menu e Raucy Male em outros lugares.
Diz-se que o nome Pinot deriva de “pin” (pinheiro), um reflexo da forma de pinha dos seus cachos. Ela é uma casta geneticamente instável, que sofre mutações rapidamente e é tipicamente inseparável da Pinot Blanc e Pinot Gris, pois elas têm impressões digitais de DNA idênticas. O que as diferencia são sutis mutações especialmente na pigmentação.
Embora existam cerca de 50 clones franceses (Dijon) em produção comercial, com a instabilidade genética da Pinot Noir, a população clonal mundial total foi estimada em mais de 10 mil. Para se ter ideia, há pouco mais de 10 clones de Cabernet Sauvignon em produção no mundo. Ou seja, quando falamos em Pinot Noir no planeta, podemos estar falando de uma diversidade de clones diferentes. Já imaginou como pensar na adaptação de um deles a um determinado local? Pois é, a tarefa é árdua.
No entanto, o fascínio em relação à Pinot é tamanho que ela se tornou a variedade símbolo de outros locais fora da Borgonha.
Na Nova Zelândia, por exemplo, ela foi introduzida nos anos 1970 e hoje é a principal uva tinta. Ela também é símbolo da vitivinicultura do Oregon, nos Estados Unidos, tendo sido introduzida em meados dos anos 1960. Mas ela também tem sido cultivada com sucesso na Patagônia, na Argentina, nos vales de Casablanca e Leyda, no Chile, no Yarra Valley, na Austrália, em Paarl, na África do Sul, na serra catarinense, no Brasil, e tantos outros locais.
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