Realizada na Europa, pesquisa prova que as cápsulas ajudam a proteger os gargalos e as garrafas de contaminação e mofo
Sílvia Mascella Publicado em 07/06/2024, às 08h00
Existem alguns fatores que podem fazer com que um vinho estrague, e que não estão relacionados com a qualidade das uvas e o processo produtivo do vinho. A contaminação das rolhas, por exemplo, por TCA (veja o texto no link abaixo) é um perigo que todas as vinícolas enfrentam e as melhores práticas sanitárias ajudam a combater. Outra forma de prevenir é a utilização de tampas de rosca (screw cap).
No entanto, as garrafas podem ser contaminadas de fora para dentro (mesmo que isso não chegue a afetar diretamente o vinho), com bactérias que estão no ar e também com o desenvolvimento de mofo. Mas um estudo microbiológico realizado em conjunto com uma empresa produtora de cápsulas de metal e de papel metalizado (como as utilizadas nos gargalos dos espumantes) e um laboratório de investigação científica europeu provou o efeito protetor dessas partes nos vinhos tranquilos e espumantes.
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Garrafas que estão armazenadas fora de caixas fechadas, que estão em gôndolas de lojas ou supermercados, estão expostas à contaminação por bactérias que ficam no ar e que podem ser transmitidas para as garrafas por pessoas infectadas que espirram no local ou seguram as garrafas. E como qualquer produto de consumo humano, precisam ter sua segurança sanitária garantida.
A pesquisa foi realizada comparando garrafas de vinho e de espumante com e sem as cápsulas de proteção no gargalo e no pescoço da garrafa, através de um protocolo científico de desenvolvimento de patógenos, como a Escherichia coli (responsável por causar doenças no trato gastro-intestinal) e o Staphylicoccus aureus (que causa infecções e forma mofo). O laboratório expôs ambas as garrafas (com e sem proteção) num ambiente contaminado e depois retirou amostras dos gargalos das garrafas.
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A conclusão foi muito clara: as garrafas que tinham os gargalos protegidos por cápsulas ou papel metalizado não foram contaminadas pelos patógenos, enquanto aquelas sem proteção tiveram um intenso crescimento das bactérias em toda a superfície. “Os resultados mostraram que as cápsulas têm uma função primordial e funcionam como uma barreira higiênica, sendo uma segurança tanto para o produtor quanto para o consumidor”, afirmou Michele Moglia, CEO da empresa que participou da pesquisa junto ao laboratório.