Pesquisa da Universidade do Oregon descobriu que compostos tiofenóis são os responsáveis pelo aroma de fumaça
Paula Daidone Publicado em 25/04/2023, às 07h48 - Atualizado às 07h48
Incêndios florestais estão cada vez mais comuns e isso vem tirando o sono de muitos viticultores. A costa oeste dos Estados Unidos é uma das regiões vitivinícolas mais afetadas por esses incidentes. Para tentar minimizar o impacto causado pela nuvem de fumaça que se espalha pelos vinhedos, pesquisadores da Oregon State University desenvolveram um estudo para ajudar produtores a decifrarem se a uva está impregnada com fumaça ou não.
Chamada de smoke taint, essa fumaça que se espalha pelas vinhas altera a composição da fruta, gerando aromas e sabores indesejáveis de defumado. Até o momento, para identificar se as uvas estão impregnadas, os produtores avaliavam as concentrações de fenóis voláteis e fazem degustações regulares. No entanto, a pesquisa indica que esses não são indicadores precisos de odor de fumaça devido à sua inconsistência na produção do sabor indesejável.
Liderado pela professora Elizabeth Tomasino, a pesquisa descobriu que compostos contendo enxofre, conhecidos como tiofenóis, são um novo e claro indicador químico de odor de fumaça em vinhos. Os tiofenóis geralmente não são encontrados no vinho ou em qualquer bebida alcoólica, são mais comuns em peixes e carnes. Caso apareça na análise química da uva, possivelmente, houve a contaminação por fumaça.
Segundo a pesquisadora, “a descoberta de tiofenóis fornece um novo marcador químico para odor de fumaça que pode fornecer uma maneira confiável de identificá-lo e, assim, maneiras de eliminá-lo durante o processo de vinificação”. Com o estudo, Tomasino acredita que a detecção do composto será essencial para os produtores de vinho decidirem se devem colher e produzir vinho de safras expostas à fumaça.