Perto de Assis, na Itália, um monastério cultiva uvas Grechetto e recebe os visitantes para plantar, beber e até rezar, se quiserem
Sílvia Mascella Publicado em 28/06/2024, às 08h00
A ligação entre os vinhos e a religião é profunda e permeia várias culturas e países. Além disso, especialmente na Europa, o cultivo da videira esteve por séculos nas mãos das ordens religiosas que tinham tempo, dedicação e conhecimento para pode cuidar das plantações.
Perdidos para a modernidade a e industrialização, raros são os monastérios que neste século ainda cultivam uvas e produzem vinhos. O Monastero di Bose, localizado em Magnano, perto de Assis, na Itália, é um deles.
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Com uma história longa mas não retilínea, o monastério que hoje é ocupado por monges beneditinos já pertenceu a diversas ordens religiosas. Nas terras férteis da região, como nos tempos antigos, são cultivadas oliveiras centenárias e frutas como pêssegos, damascos, peras, morangos, mirtilos e, é claro, uvas. São duas variedades, a Grechetto – natural dessa região da Úmbria – e a Merlot.
Com as uvas produzidas em dois hectares sem agrotóxicos, cuidadas pelos monges e colhidas a mão de um vinhedo com mais de 50 anos, são feitos quatro vinhos e um vermute, sendo que o principal vinho é o Grechetto di Assisi Doc Bio, junto do Masseo 100% Grechetto di Todi que é fermentado em barricas de carvalho francês. A venda dos vinhos, assim como dos azeites de oliva extrea-virgem, é totalmente utilizada para a manutenção do monastério e para a recepção dos peregrinos.
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O Monastero di San Masseo pode ser visitado em qualquer época do ano e há acomodações para peregrinos religiosos ou não, homens ou mulheres, que queiram passar uma noite ou ficar alguns dias e auxiliar os monges nas tarefas da fazenda, incluindo aí a colheita das uvas. Os dias começam cedo e terminam cedo, seguindo o ritmo de vida de trabalho e oração dos monges. Mas eles mesmos avisam que há sempre tempo para compartilhar uma taça de vinho.
Quem quiser se hospedar precisa telefonar para o monastério, que não aceita reservas por email. Mas o pagamento pela acomodação e alimentação é de acordo com a possibilidade de cada viajante. Os monges possuem, por outro lado, uma loja eletrônica bem organizada, onde além dos vinhos é possível comprar os azeites, mel, geléias, chás e até presentes, todos produzidos no local. Quem se interessar em beber, rezar e colher pode visitar o site monasterodibose.it