Pesquisa italiana com consumidores reais revelou que o prazer é maior quanto melhor for o vinho
Silvia Mascella Publicado em 22/03/2024, às 08h00
Dá uma felicidade tremenda quando a ciência comprova o que a gente já imaginava que fosse verdade. Mesmo que o limite da ciência pareça ter sido um pouquinho forçado. Mas vale o brinde.
Um estudo publicado no último dia 5 de março no Journal of the Science of Food and Agriculture (Revista da Ciência dos Alimentos e da Agricultura) pelo Consiglio Nazionale delle Ricerche (Conselho Nacional de Pesquisa da Itália) concluiu que o vinho gera uma resposta emocional significativa em quem bebe e que o nível de prazer é ampliado com um vinho de melhor qualidade.
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Vamos explicar melhor: os pesquisadores italianos decidiram fazer um experimento social (aceito pela ciência) durante um festival realizado em 2022 na cidade de Pisa na Itália. O objetivo era estabelecer uma metodologia acessível e confiável para medir as emoções despertadas em tempo real, entre os consumidores de diferentes tipos de vinhos, num ambiente com música ao vivo.
50 participantes completamente aleatórios foram convidados a provar vinhos diferentes (dois deles defeituosos e 3 deles de estilos distintos mas de alta qualidade). Lembrando que essas pessoas estavam participando de um festival com música ao vivo (jazz) e num local agradável e não se sabia se eram conhecedores de vinho ou não.
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Sem alterar o ambiente, a interação ou a maneira de consumir os vinhos, os pesquisadores aplicaram questionários nesses participantes e 34 deles se dispuseram a fazer um eletrocardiograma no local, enquanto outros 16 tiveram seus dados psicofísicos coletados pelos smartphones, que mediam os 'sensores vestíveis' (batimento cardíaco, pressão arterial, número de passos etc). Os resultados apontaram que todos os vinhos geraram, sem dúvida alguma, uma resposta emocional de prazer significativa nos consumidores e que essa resposta, mesmo multifacetada, é atribuída ao nível de qualidade do vinho provado.
Na verdade, ao beber o vinho, mesmo os consumidores não treinados puderam reconhecer a diferença entre os vinhos de maior qualidade e os defeituosos, pela capacidade deles de indução de emoções positivas, observadas pela análise dos sinais do eletrocardiograma. Na conclusão do estudo, os pesquisadores também atribuíram peso às respostas emocionais demonstradas pelos participantes à um estado de espírito positivo gerado não apenas pelos vinhos de qualidade como também pelas condições agradáveis do ambiente e da música.