Relatório da OIV sobre o ano de 2023 revela os desafios da indústria do vinho

Queda de consumo e produção em baixa são alguns dos desafios que a indústria do vinho enfrentou, segundo relatório da OIV

Sílvia Mascella Publicado em 29/04/2024, às 08h00

Presidente da OIV, John Baker, apresentou o relatórioa geral da uva e do vinho de 2023 -

O presidente da OIV (Organização Internacional da Uva e do Vinho), John Baker, apresentou em Dijon o novo relatório setorial sobre o estado da uva e do vinho no mundo, referente ao ano de 2023, em uma conferência via web no último dia 25 de abril.

A OIV, que celebra seu centenário neste ano de 2024, é a maior organização intergovernamental do setor, congregando 50 países produtores de uvas e vinhos, o que representa 87% da produção mundial. Duas vezes ao ano mais de 50 especialistas se juntam para discutir e avaliar vários temas de viticultura, enologia, economia, leis, saúde e segurança, utilizando os dados compilados ao longo do tempo pelos departamentos de estatística da organização.

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O relatório, que compilou números de 2023, afirmou que a pressão inflacionária que começou em 2022 deixou seus efeitos na indústria impondo muitos desafios ao setor. A superfície de vinhedos segue em declínio, tendo encolhido 0,5% em relação a 2022, o que significou menos 7,2 milhões de hectares de vinhedos. É o terceiro ano consecutivo de queda e a diminuição aconteceu nos hemisférios norte sul e com todos os tipos de uvas.

O consumo global de vinhos em 2023 foi estimado em 221 milhões de hectolitros, o que significou uma queda de 2,6% em relação a 2022, que já havia sido um ano de diminuição de consumo. Segundo o relatório, alguns grandes mercados mantiveram seu padrão de consumo, mas para muitos outros a inflação da própria indústria, que fez os preços das garrafas subirem, diminuiu o poder de compra dos consumidores.

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O comércio internacional também foi duramente afetado em 2023 pela subida de preços. O volume total exportado caiu para 99 milhões de hectolitros, mas houve algum equilíbrio por conta do maior valor das exportações, que chegaram aos 36 bilhões de euros. O preço médio do litro foi recorde: com 3,62 euros (19,80 reais o litro).

Mas o dado mais preocupante foi a queda de produção, de 10% em relação a 2022, atingindo a marca mais baixa desde 1961 (237 milhões de hectolitros foram produzidos em 2023). Segundo o relatório, algumas das razões para essa diminuição foram as condições climáticas extremas e as doenças fúngicas que se espalharam, impactando severamente os vinhedos ao redor do mundo.

 

 

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