O vinho da região de Alentejo é marcado por diferentes castas de uvas. Cabernet Sauvignon, Syrah e Antão Vaz são só algumas delas
Eduardo Milan Publicado em 25/07/2019, às 12h00 - Atualizado às 12h03
Apesar de não ter origem portuguesa, alguns dos melhores vinhos do Alentejo utilizam a Alicante Bouschet
Em Portugal, há uma profusão de castas tradicionais locais, na maioria das vezes encontradas apenas no próprio país – chamadas autóctones. No Alentejo, além destas, cultivam-se também as variedades internacionais.
As principais cepas tintas encontradas na região são Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah, Touriga Nacional e Trincadeira. As principais variedades brancas: Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires e Roupeiro.
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O blend tinto mais tradicional do Alentejo é composto por Aragonês, Trincadeira e Castelão. Nos últimos anos, a adição de Touriga Nacional, Syrah e Alicante Bouschet tem sido mais comum. Quando jovens, os tintos do Alentejo apresentam coloração profunda, notas intensas de frutas negras e/ou vermelhas maduras, boa estrutura e, ainda assim, costumam ter taninos de textura suave.
Brancos produzidos a partir de Arinto, Antão Vaz e Roupeiro têm intensas notas que lembram mel, mostrando, via de regra, acidez refrescante, além de serem aromáticos (por conta da Arinto). Quando fermentados ou estagiados em madeira, ganham textura, volume de boca e complexidade.
Alfrocheiro – Produz vinhos ricos em cor, com bom equilíbrio entre álcool, taninos e acidez. Casta difícil, muito suscetível a doenças, por isso é cada vez menos utilizada.
Alicante Bouschet – Apesar de não ter origem portuguesa, alguns dos melhores vinhos do Alentejo utilizam esta casta, que dá vinhos grandes, cheios de cor, de textura, de volume e de intensidade.
A Aragonez, também conhecida como Tempranillo, tem ótimos resultados no Alentejo
Aragonez – Conhecida na Rioja como Tempranillo, no Dão e Douro como Tinta Roriz e Abundante na região de Lisboa. Gera vinhos elegantes e vigorosos, com notas de frutas vermelhas e especiarias.
Cabernet Sauvignon – É raramente engarrafada sozinha, estando presente de forma discreta em muitos blends para aportar estrutura e sustentação aos vinhos.
Castelão – Variedade de uva mais plantada em Portugal, esta cepa versátil pode produzir vinhos frutados, suculentos, em geral, com toques animais e de couro. Geralmente, tem boa acidez e taninos marcantes, podendo ser bebido tanto jovem quanto envelhecido.
Syrah – Fora as castas nativas, a Syrah é a variedade melhor adaptada ao clima rigoroso do Alentejo, conferindo um caráter mais encorpado, de fruta mais madura e suculenta, além das notas de especiarias picantes. Menos comum em versão varietal, participa do blend de muitos dos melhores tintos do Alentejo.
Touriga Nacional – Uma das castas mais emblemáticas de Portugal, a Touriga Nacional produz vinhos de cor fechada e intensa, ricos em aromas e sabores de fruta, além de agradáveis e, algumas vezes, exuberantes notas florais.
Trincadeira – Uma das variedades melhor adaptadas ao clima extremo do Alentejo, dando corpo, acidez e frescor aos tintos, virtude desejada principalmente em anos mais extremos na região. Tradicionalmente, a Trincadeira surge regularmente associada à casta Aragonez.
Antão Vaz – Em geral, aporta estrutura e volume. Quando é vinificada buscando uma fruta mais fresca, dá origem a vinhos austeros e de acidez vibrante. Muitas vezes, é fermentada e/ou estagiada em madeira.
Arinto – Gera vinhos intensos e vibrantes, de elevada acidez, cheios de frescor e, geralmente, com bom potencial de guarda.
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Fernão Pires – Esta casta dá vinhos com aromas pronunciados, geralmente, lembrando frutas cítricas.
Roupeiro – Uma das castas brancas mais plantadas no Alentejo. Em geral, produz vinhos básicos para serem consumidos jovens, mostrando aromas de frutas cítricas e de caroço, além de notas florais.