Microgravidade agilizou o processo natural de envelhecimento que ocorre nas garrafas de vinho
André De Fraia Publicado em 30/03/2021, às 18h00
A Estação Espacial Internacional foi a casa de doze garrafas do Petrus 2000 por 14 meses
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A notícia de que os vinhos que estagiaram 14 meses na Estação Espacial Internacional – a ISS na sigla em inglês – eram do ícone Petrus, safra 2000, levantou uma grande questão: como ficaram os vinhos após a experiência?
A resposta foi dada em uma degustação que levou à prova o Petrus espacial comparado, em uma degustação às cegas, com o mesmo vinho “100% terráqueo”.
Para muitos especialistas, os vinhos que estiveram na ISS evoluíram de uma forma muito mais acelerada que o vinho que ficou na terra. “Eu provavelmente diria que o Petrus 2000 que estava na ISS tinha talvez um, dois, até três anos de evolução em comparação com o que permaneceu na Terra”, disse Jane Ansen, jornalista especialista em vinhos de Bordeaux.
Petrus 2000 espacial foi colocado à prova em uma degustação
Os pesquisadores da Universidade de Bordeaux que estão apoiando o estudo levantam a hipótese de que o estresse, promovido pela microgravidade, agilizou o processo natural de envelhecimento que ocorre nas garrafas de vinho.
Outros pontos detalhados foram diferenças na cor, mais acastanhada no vinho espacial (outro sinal de maior envelhecimento) e um acentuado aroma floral. Ponto que ainda requer estudos para entender o porquê.
A pesquisa continua e os vinhos agora passarão por análise química que determinará quais características estruturais foram alteradas durante o período na Estação Espacial Internacional.
Pesquisadores e especialistas participaram da degustação às cegas
Enfim, grande objetivo da experiência é nos ajudar a entender melhor o envelhecimento de vinhos aqui na Terra.
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