Não estranhe também se encontrar um varietal com outras uvas em sua composição
André De Fraia Publicado em 11/05/2021, às 07h00
Toda regra tem uma exceção e no mundo do vinho não é diferente
Quando escolhemos um vinho temos diversas opções: ele pode ser tinto, branco ou rosé; seco ou doce; espumante ou tranquilo; safra nova ou uma mais antiga...
E, com certeza, a casta é uma das características que mais pesam nessa decisão. Além das inúmeras opções de uvas, o vinho ainda pode ser um blend (chamado também de vinho de corte ou assemblage) ou varietal. Ou seja, uma mistura de várias uvas ou só com uma uva, correto?
Mais ou menos...
O blend é quando se usa uvas diferentes para se chegar ao produto final. Porém, essas uvas diferentes não precisam ser necessariamente castas diferentes. Elas podem ser de terroirs diversos ou até mesmo safras diferentes.
Por exemplo, se colhermos uvas Cabernet Sauvignon de locais diferentes, vinificadas separadamente e fazendo a mistura apenas no final do processo, temos como resultado um blend 100% Cabernet Sauvignon. Ou seja, um vinho de corte com apenas uma casta.
E quem pensa que vinhos varietais são sempre 100% feitos de uma única casta também está enganado. A legislação de cada país, e de cada região, determina a porcentagem mínima necessária para que um vinho possa ostentar no rótulo o nome de uma casta como sendo um monovarietal.
Vinho chileno Condor Carménère, utiliza rótulo varietal, mas não é 100% Carménère
No Chile e na Nova Zelândia, por exemplo, é preciso que 75% do vinho tenha uma única casta para que seja considerado varietal. Ou seja, o enólogo pode "completar" o vinho com outros tipos de uva caso considere necessário.
Mas por que ele faria isso? Para, por exemplo, dar ao seu vinho maior acidez... Ou mais estrutura e corpo, com o acréscimo de outra variedade.
Só na Alsácia, a região francesa famosa por produzir excelentes brancos aromáticos, o varietal precisa ser feito 100% de uma casta.
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