O estudo destaca a falta de evidências do governo italiano para alterar o nome da uva para Glera
por Paula Daidone
A briga pela utilização do termo Prosecco entre a Itália e o resto do mundo parece não ter fim. A Austrália acabou de publicar um relatório que contraria as tentativas da União Europeia de limitar o uso da palavra. O estudo indica que a nomenclatura é utilizada para designar a variedade há mais de 1700 anos e destaca a falta de evidências produzidas pelo governo italiano e pela UE quando o nome da uva Prosecco foi alterado para Glera em 2009.
“As evidências falam por si, o Prosecco é reconhecido como o nome de uma uva há séculos, não como uma indicação geográfica (IG). Proteger o termo como indicação geográfica é uma tentativa cínica de evitar a concorrência dos produtores de vinho”, afirma o professor Mark Davidson, coordenador da pesquisa.
A sustentação do estudo está no risco significativo que a indústria corre com a proibição de usar nomes de variedades de uvas bem estabelecidos. Na Austrália, o Prosecco é um negócio que gera USD 135 milhões ao ano, com a uva sendo cultivada em 20 regiões do país. Perder o direito de usar o termo Prosecco seria um golpe para um setor já sob pressão econômica, afirma o documento.
O estudo, que levou cinco anos para ser concluído e envolveu membros da faculdade de direito da Universidade Monash e da Universidade Macquarie, ambas na Austrália, chega em boa hora. O governo australiano está realizando um processo público de objeções às IGs da União Europeia, incluindo o Prosecco. O público pode registrar sua opinião no site do Departamente de Agricultura australiano.
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