Associação de produtores da Sicília vai entrar com pedido de nova DOCG
por Silvia Mascella Rosa
Um dos terroirs mais radicais e antigos do mundo, aquele nas cercanias do vulcão Etna, na Sicília, vai em busca da certificação DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida). A decisão foi tomada depois de uma assembléia dos associados do Consorzio Tutela Vini Etna Doc.
"Estamos muito felizes com essa meta importante e histórica, tomada em unanimidade por nossos sócios, num clima muito colaborativo", afirmou o presidente do Consórcio, Francesco Cambria. Nos próximos meses a requisição deve ser feita ao governo da Sicília e em seguida ao comitê italiano dos vinhos de origem controlada, orgão do Ministério da Agricultura.
A previsão é de que o processo para obtenção da DOCG dure aproximadamente dois anos. A DOC Etna foi a primeira da Sicília e uma das primeiras da Itália, obtida em 1968 e seu território ocupa quase dois terços de terrenos em declive ao redor do Monte Etna, próximo do mar Jônico. A ilha da Sicília tem, até este momento, apenas uma DOCG, a da Cerasuolo di Vittoria.
Patrimônio mundial da humanidade pela Unesco, o Monte Etna é o mais alto vulcão em atividade em toda a Europa e os terroirs que o rodeiam dão origem à variedades de uvas únicas, como a Nerello Mascalese, a Nerello Cappuccio e a Carricante. Atualmente existem quase 1.300 hectares de vinhedos na região.
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O presidente do Consórcio prevê que as mudanças com a aprovação da nova legislação da DOCG darão a possibilidade de obtenção de vinhos ainda com mais qualidade e tipicidade e prevê a inclusão (entre outras novidades) da uva Carricante para a produção de espumantes. Até o momento só a Nerello Mascalese é permitida para os vinhos com borbulhas. Há intenção de limitar a produtividade de uvas de algumas áreas e até de indicar no rótulo o nome das sub-regiões de produção.