Do Oiapoque ao Chuí, à Paris

por Christian Burgos

As palavras compartilhar e terroir são, para mim, as mais especiais na cultura do vinho. Compartilhar é um comportamento atávico para os apaixonados por esta maravilhosa bebida, já o conceito de terroir nos impacta e se consolida a cada dia, a cada taça. Assim foi com ADEGA que há 6 anos escrevia esta palavra em itálico por entendê-la como uma palavra estrangeira e hoje não mais, por entender que o termo terroir – segredo máximo da personalidade e expressão do vinho –, apesar de criado na França, já faz parte do dia-a-dia do enófilo brasileiro, e agora do vitivinicultor brasileiro. Para marcar isso, em demonstração de que o vinho brasileiro conquista espaço e merece respeito, Sílvia Mascella Rosa, fez um extenso trabalho de pesquisa e detalhou nossos principais terroirs, indo de norte a sul do país, das áridas terras do Nordeste, até os frios recantos onde o Brasil faz divisa com o Uruguai e a Argentina. Aproveite nossa criteriosa seleção de vinhos dos diversos terroirs brasileiros para captar a tipicidade de cada um deles.

Já na França, berço do terroir, Luiz Gastão Bolonhez foi além do lugar comum e vasculhou as sub-regiões de Bordeaux. Ele garimpou e encontrou alta qualidade em denominações de origem menos conhecidas e com belos vinhos disponíveis em nosso mercado.

Quase raros por aqui, esses Petit Châteaux certamente podem ser degustados em Paris, por onde passeou João Calderón, trazendo dicas preciosas para os amantes de vinho e alta gastronomia que querem aproveitar o máximo da Cidade Luz. Elencamos lojas, restaurantes, hotéis e opções culturais para todos os gostos.

E em se tratando de gosto, ADEGA traz uma entrevista com Roberto Gonzáles, enólogo da Nieto Senetiner. Uma verdadeira aula de como o gosto do consumidor evoluiu com o passar dos anos, e como esta respeitável vinícola tem sido capaz de compreender essas mudanças e continuar surpreendendo os amantes do vinho.

Você ainda encontrará nesta edição muitas outras páginas repletas com a beleza do vinho, como a matéria de Arnaldo Grizzo, que escreve sobre Mozart e a influência de seu gosto por vinho em sua obra, notória, por exemplo, em um de seus trabalhos mais célebres, a ópera Don Giovanni.

Assim, nada melhor do que apreciar este número de ADEGA com uma bela taça ao seu lado. E, se você estiver em Paris, melhor ainda.

Bons Vinhos e Saúde,
Christian Burgos

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