Guerra Comercial

França corre para exportar vinhos e destilados aos EUA

Comissão Europeia aprova pacote emergencial de € 5 bilhões para antecipar envios de bebidas francesas aos Estados Unidos e minimizar impactos de novas taxas

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por Redação

A França iniciou uma operação emergencial para exportar vinhos e destilados aos Estados Unidos antes da imposição de novas tarifas comerciais por Washington. Com apoio da Comissão Europeia, um programa de € 5 bilhões (US$ 5,6 bilhões) foi aprovado para impulsionar as exportações até 8 de julho de 2025, prazo limite antes que as novas taxas entrem em vigor.

O plano, autorizado sob as regras de auxílio estatal da União Europeia, tem duração de dois meses, entre 8 de maio e 8 de julho. Nesse intervalo, o objetivo é ocupar o maior número possível de prateleiras norte-americanas com rótulos franceses emblemáticos como Bordeaux, champanhe e conhaque, antecipando a interrupção esperada nas cadeias de suprimento.

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A operação logística envolve a transferência rápida de estoques dos produtores franceses para rotas de carga marítima e aérea, além de centros de distribuição nos EUA. A movimentação busca maximizar receitas antes da mudança regulatória e garantir presença contínua no mercado mesmo após a entrada das tarifas.

Importadores e distribuidores norte-americanos também atuam sob pressão. Varejistas estão realizando pré-encomendas em larga escala para assegurar estoques com preços ainda livres de taxas adicionais. A expectativa é de um pico temporário de oferta, seguido por possível escassez e elevação nos preços ao consumidor.

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O impacto da medida se estende para além do comércio de bebidas. Setores como o de turismo de luxo, operadores de duty free, companhias aéreas, cruzeiros e agências de viagem especializadas em enoturismo avaliam ajustes em suas estratégias de oferta e precificação. Com os custos em potencial ascensão, operadores buscam alternativas para manter a atratividade dos roteiros europeus.

A aceleração francesa ocorre em um contexto de tensões comerciais crescentes e retórica protecionista nos EUA, sinalizando riscos sistêmicos para produtos europeus no mercado americano. O programa emergencial visa mitigar efeitos financeiros e preservar a competitividade das bebidas francesas no cenário global.

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