Taxação do Bourbon

França questiona estratégia da UE em guerra comercial com EUA

Ministro francês critica decisão da UE e alerta para impacto da retaliação de Trump, que ameaça impor tarifas de 200% sobre o vinho europeu

Guerra comercial pode sair das disputas do alumínio e aço para atingir a indústria de vinhos
Guerra comercial pode sair das disputas do alumínio e aço para atingir a indústria de vinhos

por Redação

A decisão da União Europeia (UE) de taxar o bourbon do Kentucky pode ter sido um erro estratégico, de acordo com o primeiro-ministro francês, François Bayrou. Ele afirmou no domingo que a medida foi baseada em uma "lista antiga" e poderia ter agravado as tensões comerciais com os Estados Unidos.

"Houve algum erro? Provavelmente sim, porque o bourbon do Kentucky foi incluído como se fosse uma ameaça comercial, usando uma lista antiga sem a devida revisão. Isso ocorreu no nível da Comissão Europeia", declarou Bayrou à rádio France Inter.

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A guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia pode atingir duramente o setor de bebidas alcoólicas, sobretudo o mercado de vinhos finos, com a ameaça de Donald Trump de impor uma tarifa de 200% sobre o álcool europeu. Porém, o primeiro-ministro francês ressaltou que "as negociações ainda não falharam completamente", mas destacou a urgência de encontrar uma solução diplomática.

A UE anunciou no dia 12 de março tarifas sobre diversos produtos dos EUA, incluindo bourbon, motocicletas e barcos, em resposta às tarifas de 25% impostas pelo governo Trump sobre a indústria de aço e alumínio. Imediatamente o presidente americano ameaçou elevar os impostos sobre o álcool europeu para 200%, caso Bruxelas não recuasse na taxação.

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O primeiro-ministro francês ressaltou que ainda há um prazo de duas semanas para buscar uma solução com os Estados Unidos. Ele também destacou as negociações em andamento com a China, que impôs tarifas significativas em outubro passado sobre o conhaque europeu, setor no qual a França representa 95% das exportações para o mercado chinês.

Apesar da postura firme, Bayrou enfatizou a necessidade de evitar uma escalada no conflito comercial. "Sou a favor de resolver as coisas o mais rápido possível. Acho que a negociação ainda não fracassou completamente, pois, apesar dos tuítes de Trump, ainda não há uma decisão oficial", afirmou. No entanto, ele alertou que, caso as negociações falhem, novas medidas retaliatórias poderão ser necessárias, ainda que indesejáveis.

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