Fraude generalizada no Rhône

Agência francesa aponta mais de 48 milhões de litros de vinho falsificados de denominações do Rhône

por Redação

Segundo um relatório da DGCCRF (Direção Geral da Política de Concorrência, Defesa do Consumidor e Controle da Fraude) na França, entre outubro de 2013 e junho de 2016, Raphaël Michel, um comerciante de vinhos a granel no Vale do Rhône, vendeu o equivalente a 13 piscinas olímpicas de vinho de mesa como se fossem de denominações clássicas dessa região do sul da França. Entre elas 108.000 caixas de Châteauneuf-du-Pape.

De acordo com o relatório da DGCCRF, entre 2013 e 2016, o comerciante vendeu cerca de 20 milhões de litros de vinho de mesa – o equivalente a 2,23 milhões de caixas – como vinhos de denominações famosas, como Côtes du Rhône, Côtes du Rhône-Villages e Châteauneuf-du-Pape. “No total, a fraude atingiu mais de 48 milhões de litros de vinho, o equivalente a 5,33 milhões de caixas de vinho falso, 15% da produção da Côtes du Rhône durante esses anos”, afirmou o relatório.


Em 27 de junho de 2017, o presidente da Raphaël Michel, Guillaume Ryckwaert, e outros diretores foram levados sob custódia. Dois dias depois, Ryckwaert foi acusado de fraude, mas liberado sob fiança e proibido de trabalhar na empresa. Ele nega as acusações.

Ryckwaert era considerado um prodígio do mundo do vinho a granel. Raphaël Michel possui operações significativas em Provence, Languedoc- Roussillon, na Argentina e no Chile.
A empresa também é dona de uma enorme plataforma de vinhos na Itália chamada Oenotria-Cluster, que estoca vinhos a granel de diferentes variedades e qualidades de nações do Novo Mundo, como Chile, Austrália e África do Sul, e atua como um balcão único para compradores internacionais. No ano passado, após a prisão de Ryckwaert, a empresa registrou dívidas de 20 milhões de euros e buscou proteção dos tribunais de falências.

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