Futuro do vinho europeu está em discussão

por Fernando Roveri

A Comissão de Agricultura apresenta hoje a proposta de reforma aos países pertencentes à União Européia para que comecem a tomar decisões sobre como reequilibrar o setor do vinho. A Comissária Mariann Fischer Boel espera que o debate seja incluído nos próximos meses para que a reforma seja aprovada em dezembro.

De acordo com a comissão, a reforma é extremamente necessária. Nas últimas décadas, os crescentes subsídios recebidos pelo setor geraram um fenômeno inusitado: uma produção muito acima da capacidade de consumo e exportações dos europeus. Segundo especialistas, o problema tem sido justamente esses subsídios. A ajuda era usada para garantir a renda dos produtores, mas acabou prejudicando a qualidade do vinho europeu e sua competitividade. Isso porque a ajuda estatal é direcionada às empresas improdutivas e que só sobrevivem graças ao Estado. Além disso, o crescimento de exportação de vinhos produzidos na Califórnia, Chile e Austrália causaram uma forte redução no consumo dos vinhos europeus produzidos pelo continente.

A primeira etapa do processo de reforma começa com uma redução da área plantada de vinhas. Hoje, são 3,4 milhões de hectares na Europa dedicados ao setor, ou seja, 2% das terras agrícolas do continente. A idéia é que os produtores sejam pagos por seus governos para abandonar a produção e se dedicar a outro cultivo. Com isso, as autoridades esperam reduzir 400 mil hectares a área destinada aos vinhedos. A União Européia calcula que irá gastar 2,4 bilhões de euros para convencer financeiramente os produtores parar de produzir vinho.

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