Grandes produtores franceses duvidam da qualidade dos vinhos que pretendem produzir China

Produtores de prestígio na França investiram na China, mas não sabem se e quando seus vinhos terão qualidade para serem lançados no mercado

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Mouton

Rothschilds passaram anos pesquisando e trabalhando nos terroirs e ainda não sabem como será o vinho

Alguns dos mais famosos produtores de vinho da França têm investido na China recentemente. Diante da onda de consumo dos chineses, os franceses não apenas têm feitos maiores esforços de marketing, mas também ousaram comprar vinhedos, tentando colocar seu expertise para criar bons vinhos também em terroir chinês. O problema é que ainda há dúvida entre eles se fazer um bom vinho é mesmo possível no país oriental.

Neste ano, por exemplo, a LVMH – detentora de marcas de vinho luxuosas – fez sua primeira colheita de Cabernet Sauvignon e Merlot de 30 hectares de terras em Yunnan. “É o novo El Dorado, um Novo Mundo. Ninguém sabe realmente onde e como as vinhas devem crescer na China. Temos algumas ideias. As pessoas tentaram. Mas nada se provou”, afirmou Jean-Guillaume Prats, que dirige a divisão de vinhos da empresa.

A LVMH escolheu Yunnan depois de três anos de pesquisa, buscando um lugar com verões quentes, drenagem natural do solo e acesso à água – que lembra Bordeaux, mas com altitude maior. A empresa, contudo, acredita que será necessário pelo menos uma década para que se faça algo minimamente satisfatório lá. “Sou incapaz de lhe dizer quando esse vinho vai eventualmente ser lançado, como será chamado e quantos serão produzidos”, apontou Prats.

Outro grande nome que vem investindo na China é o Domaines Barons de Rothschild (DBR), que têm 15 hectares em Penglai, uma província com tradição na produção de vinho, cujo primeiro teria sido lançado em 1892. Segundo Olivier Richaud, diretor de viticultura dos Rothschild, os trabalhadores passaram diversos anos cavando entre os espessos pedaços de rocha para criar um solo com profundidade ideal. “Tudo é completamente diferente do que a empresa está acostumada no vinhedos que temos”, diz Richaud, apontando que ainda não sabe precisar a qualidade do que será obtido.

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